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Veja quanto a Fifa projeta faturar com novo Mundial que terá Palmeiras e Flamengo

Torneio com 32 clubes começa em 2025, nos EUA, e os dois brasileiros já estão classificados; receita prevista é de quase R$ 10 bilhões

Troféu do Mundial de Clubes da Fifa, que mudará de formato a partir de 2025

A direção da Fifa projeta uma receita de US$ 2 bilhões (R$ 9,7 bilhões) para o novo Mundial de Clubes, que terá 32 clubes. A primeira edição será realizada nos EUA, entre junho e julho de 2025.

A projeção foi passada no fim de junho aos membros do Conselho da entidade, em reunião por videoconferência. A maior parte do dinheiro, segundo o documento, viria da negociação dos direitos de transmissão e por meio de acordos comerciais - mas espera-se também uma boa receita com a venda de ingressos. A presença da elite dos clubes europeus faz com que o torneio tenha um valor “gigantesco” para o mercado, informou a cúpula da Fifa a seus filiados.

O atual Mundial de Clubes, no formato com sete clubes, sempre foi considerado pouco rentável pela Fifa e a receita total nunca ultrapassou os US$ 23 milhões (R$ 112 milhões).

A Copa do Mundo do Qatar, realizada entre novembro e dezembro de 2022, rendeu à Fifa US$ 6,31 bilhões (R$ 30 bilhões). O torneio de seleções ainda é a galinha de ovos de ouro da entidade, mas que olha agora com carinho para a competição de clubes. O objetivo é avançar em mercados como o da Ásia, que consomem milhões de dólares por ano na compra de produtos ligados a clubes como Real Madrid-ESP, PSG-FRA e Bayern de Munique-ALE

Também foi estratégico colocar a primeira edição nos EUA, que no ano seguinte, em 2026, será sede da Copa do Mundo, junto com México e Canadá. A Fifa avalia que patrocinadores do torneio de seleções já colocarão dinheiro um ano antes na competição por equipes.

O Mundial será quadrienal e terá 32 participantes: 12 da Europa, seis da América do Sul, quatro das Américas do Norte e Central, quatro da África, quatro da Ásia, um da Oceania e outro representante do país-sede. Os clubes serão divididos em oito grupos de quatro equipes, com os dois primeiras de cada passando para as oitavas de final, e a partir daí os confrontos serão eliminatórios, até a final.

O critério de classificação, basicamente, coloca no Mundial-2025 os campeões continentais de 2021 a 2024. Nos casos da Europa e da América do Sul, que têm mais de quatro vagas, um ranking, com base em desempenho na Liga dos Campeões e na Libertadores nos quatro anos que antecedem ao campeonato, definirá os últimos qualificados.

Até o momento, 12 times já estão classificados:

América do Sul
Palmeiras - campeão da Libertadores de 2021
Flamengo - campeão da Libertadores de 2022

Europa
Chelsea - Inglaterra
Real Madrid - Espanha
Manchester City - Inglaterra

Américas do Norte e Central
Monterrey - México
Seattle Sounders - EUA
León - México

África
Al-Ahly - Egito
Wydad Casablanca - Marrocos

Ásia
Al-Hilal - Arábia Saudita
Urawa Red Diamonds - Japão

Fim do atual formato

Em 2023 será a última edição do Mundial de Clubes no formato com sete clubes, disputado desde 2005. Será de 12 a 22 de dezembro, na Arábia Saudita. Seis times já estão classificados: Al-Ittihad (Arábia Saudita), Manchester City (Inglaterra), Léon (México), Al-Ahly (Egito), Urawa Red Diamonds (Japão) e Auckland City (Nova Zelândia).

O campeão da edição da Libertadores em andamento, que terá a final em 4 de novembro, no Maracanã, no Rio, também estará presente. Seis brasileiros ainda têm chances de levantar essa taça: Flamengo, Palmeiras, Fluminense, Atlético, Inter e Athletico-PR.

A partir de 2024, a Fifa criará um genérico do Mundial, que internamente está sendo chamado de intercontinental e será disputado nos anos em que o Mundial quadrienal não acontecer.

Terá seis participantes: o campeão europeu estará automaticamente na final, que será realizada em campo neutro. Os outros cinco jogarão entre si, incluindo o vencedor da Libertadores, para definir quem encara o time da Uefa. O regulamento detalhado ainda não foi definido.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.