Ídolo do Corinthians e hoje colunista do Uol, o ex-atacante Walter Casagrande demonstrou estar estarrecido com o esquema de apostas esportivas revelado pela Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
Em coluna publicada nesta quinta-feira (11), o ex-jogador expôs a revolta em relação aos réus da operação. “Como ex-jogador de futebol, fico indignado e revoltado com os companheiros que se envolveram nessa trama mafiosa”, escreveu.
Casagrande afirmou que, após o início da operação, passou a desconfiar de tudo. “Não sei as outras pessoas, mas agora assisto a um jogo e começo a desconfiar de tudo — claro, respeitando todos aqueles em que confio plenamente, mas com risco de me decepcionar”, contou.
A Operação Penalidade Máxima ofereceu denúncia a 17 pessoas que são suspeitas de envolvimento em um grande esquema de manipulação de apostas esportivas. Na ocasião, aliciadores entravam em contato com jogadores oferecendo uma certa quantia em dinheiro para serem punidos durante as partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Desconfiado das supostas ações no Brasileirão deste ano, o ex-atacante questionou a veracidade do campeonato. “Uma expulsão proposital terá influência direta no resultado do jogo. Um time pode perder uma partida porque um de seus jogadores se vendeu para ser expulso. Será que isso já aconteceu? O Campeonato Brasileiro de 2023 já está manchado?”, escreveu o colunista.
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A Operação Penalidade Máxima
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Os apostadores aliciavam atletas para que eles fossem punidos ao longo de partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022. Também há registros de manipulação em jogos de alguns estaduais de 2023. A Operação Penalidade Máxima teve, até agora, duas fases.
São quinze jogadores formalmente denunciados e outras nove pessoas classificadas como intermediários entre os atletas e os apostadores. Bruno Lopez de Moura é apontado pelo Ministério Público como chefe da quadrilha.