Enviado especial ao Catar - O quarto pênalti brasileiro, cobrado e perdido por Marquinhos, na trave direita da Croácia, era decisivo. Por que Neymar não fez a cobrança, sendo ele o batedor oficial da Seleção Brasileira? Essa é uma marca eterna na carreira do Camisa 10, que entrou em campo para encarar os croatas, nesta sexta-feira (9), no Education City Estadium, vivendo sua terceira disputa de quartas de final de Copa do Mundo. E a culpa nem é dele. Após o jogo, o técnico Tite revelou que ele deixou Neymar como o quinto batedor, embora ele pudesse nem ser usado, o que aconteceu.
No confronto marcado por este pênalti não batido, Neymar buscava uma marca significativa, que em parte foi alcançada, mas não conseguiu se livrar de um trauma, que é jogar uma semifinal do torneio.
Leia mais
Em 2014, na sua primeira participação na Copa do Mundo, Neymar sofreu uma séria lesão na coluna justamente nas quartas de final, na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia, no Castelão.
A lesão o tirou do restante da competição, marcada pelo maior vexame da Seleção Brasileira, que sofreu 7 a 1 da Alemanha, nas semifinais, no Mineirão, e 3 a 0 da Holanda, no Mané Garrincha, em Brasília, na disputa do terceiro lugar.
Quatro anos depois, Neymar encarou a Bélgica nas semifinais do Mundial da Rússia. E o camisa 10 não seguiu no torneio porque a derrota por 2 a 1 eliminou o time canarinho da competição.
Marca
A marca individual buscada por Neymar é superar Pelé como maior goleador da história da Seleção em todos os tempos. A conta era de 77 a 76 para o Rei, nas estatísticas da Fifa, antes de a bola rolar.
E ela foi igualada pelo atual camisa 10 da Seleção com um golaço. Apanhou a bola na intermediária, tabelou com Rodrygo, depois com Lucas Paquetá, invadiu a área, driblou o goleiro Livakovic e estufou a rede.
Parecia a classificação. Mas não era. Os croatas buscaram o empate na reta final do segundo tempo da prorrogação. E na decisão por pênaltis levaram a melhor.
Neymar segue sem disputar as semifinais de uma Copa do Mundo. E amarga agora a cobrança eterna por não ter feito aquela cobrança que era fundamental para o Brasil seguir vivo na disputa com os croatas.
E no jogo que tinha um desenho histórico para o camisa 10, com marca individual alcançada com golaço, entra para a galeria dos seus fracassos pela Seleção Brasileira, que neste momento já superam os sucessos, o que faz da artilharia geral um acessório supérfluo diante de um retrospecto frágil no que se refere às grandes conquistas, fundamentais no currículo de qualquer um que pretende ocupar um lugar na galeria de ídolos do time da camisa amarela.