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Jogamos como nunca, perdemos como sempre'; derrota para a Croácia faz Brasil viver seu dia de México

Tite destaca atuação do goleiro croata, maior número de finalizações do seu time, em eliminação

Tite se despede da Seleção Brasileira e cadeira do treinador será preenchida pela CBF

Enviado especial ao Catar - Na entrevista após a derrota para a Croácia, nos pênaltis, Tite, que custou a entrar na sala de coletivas do Education City Stadium, teve dificuldade em reconhecer os erros do seu time e deixou transparecer que a eliminação foi quase obra do acaso.

Num determinado momento, o treinador destacou o fato de o goleiro croata Livakovic ter sido escolhido o melhor em campo, não só pelo brilho durante os 120 minutos de bola rolando, mas também na disputa de pênaltis, pois foi o único a pegar uma cobrança, logo a primeira do Brasil, do atacante Rodrygo.

Questionado sobre seu time estar desorganizado no gol croata, num contra-ataque, quando faltavam menos de quatro minutos para o término do tempo regulamentar, ele minimizou esse fator.

Para o treinador, a desorganização foi por conta do perguntador, pois na sua visão o Brasil estava numa ação de ataque e o gol croata só saiu porque a bola desviou no zagueiro Marquinhos. Ele destacou demais que foi a única finalização da Croácia ao gol de Alisson.

O treinador, que não seguirá no cargo, ficou mais na defensiva que qualquer outra coisa durante a entrevista. Essa teria de ser a tática no segundo tempo da prorrogação, quando o Brasil tinha a vantagem de 1 a 0.

Mas a Seleção não conseguiu isso e amarga mais uma derrota para um adversário europeu em mata-matas de Copa, pois caiu pela quarta vez nas quartas diante deles, nas últimas cinco edições. Em 2006, a carrasca foi a França; em 2010, a Holanda; em 2018, a Bélgica; agora, a Croácia.

Em 2014, em casa, única vez que alcançou as semifinais após o penta, em 2002, na Coreia do Sul e Japão, a Seleção viveu seu maior vexame a tomar 7 a 1 da Alemanha, no Mineirão.

E a coletiva de Tite após a derrota para a Croácia faz lembrar uma máxima mexicana. Eternos fregueses da Seleção Brasileira, na Copa América de 1997, na Bolívia, eles abriram 2 a 0 num confronto em que dominaram a primeira etapa. No segundo tempo, o Brasil virou para 3 a 2.

E um jornal mexicano soltou no dia seguinte a história manchete: “Jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Nesta sexta-feira, em mais um fracasso diante de europeu em mata-mata de Copa do Mundo, o time de Tite, na visão dele, jogou como nunca, mas perdeu como sempre.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro