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Calendário apertado da Copa do Catar acaba ajudando Seleção a viver um pós-jogo diferente

Clima de festa após vitórias sobre Sérvia e Suíça é trocado pelo fechamento da antevéspera do duelo com Coreia do Sul

Seleção brasileira enfrenta a Coreia do Sul, pelas oitavas de final, na próxima segunda-feira

Enviados especiais a Doha - A Seleção Brasileira vai viver um dia seguinte a jogo completamente diferente aqui no Catar. E a curta distância entre a derrota de 1 a 0 para Camarões, que encerrou a fase de grupos na última sexta-feira (2), e o confronto com a Coreia do Sul, pelas oitavas de final, na próxima segunda-feira (5), às 16h (de Brasília), no Lusail Stadium, não deixou de virar um “aliado” de Tite e sua comissão técnica num momento de instabilidade.

Neste sábado (3), o Brasil viverá um dia completamente fechado. A imprensa não terá acesso ao Grand Hamad Stadium, local de treinamento da equipe aqui em Doha. Além disso, não haverá entrevista coletiva.

Na antevéspera dos jogos foi sempre essa a rotina, de treinamentos fechados, onde Tite definiu não só a equipe, mas principalmente a maneira de encarar os adversários aqui no Catar.

Mas o dia seguinte às partidas foi marcado também pela descontração. Após os 2 a 0 diante da Sérvia, apenas reservas treinaram e a preocupação com as lesões de Neymar e Danilo foi compensada com a presença dos familiares no local de treinamento, que teve o campo invadido pela criançada após a atividade. Eram filhos de jogadores, integrantes da comissão técnica e os netos de Tite que aliviaram o clima. Depois ainda aconteceu um jantar entre todos no hotel da Seleção.

Coletiva

Após o 1 a 0 sobre a Suíça, que garantiu matematicamente o Brasil nas oitavas de final, até entrevista coletiva teve. O tetracampeão Taffarel, treinador de goleiros, o penta Juninho Paulista, coordenador de seleções, o vice em 1998 César Sampaio, auxiliar técnico, e o ex-zagueiro de 1990, Ricardo Gomes, observador técnico, fizeram uma verdadeira resenha com os jornalistas, recheada de gargalhadas e que no final ainda teve as presenças de Júnior (1982 e 1986) e Zinho (tetra em 1994), para uma foto dos seis.

Este sábado é diferente. A derrota para Camarões derrubou uma série de escritas do Brasil em Copas, como perder os 100% diante de africanos na competição ou ser superado pela primeira vez na fase de grupos do torneio neste século.

Mas as marcas ficam em segundo plano. A estratégia de risco de Tite acabou por colocar no contexto da Seleção a insegurança. E o calendário apertado do Mundial do Catar acabou por ajudar, pois o dia seguinte à derrota para Camarões é também a antevéspera do duelo das oitavas contra a Coreia do Sul.

Assim, o Brasil vai poder se fechar no momento mais complicado vivido pelo grupo de Tite desde a chegada ao Catar.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro
Mineiro de Formiga, Wellington Campos está na Rádio Itatiaia desde agosto de 1990, atuando como correspondente no Rio de Janeiro, cobrindo o dia-a-dia da CBF, Seleção Brasileira e STJD, além dos clubes cariocas e os esportes olímpicos. Participou das coberturas das Copas do Mundo de 1994 (EUA), 1998 (França), 2002 (Coréia do Sul e Japão), 2006 (Alemanha), 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil).