A não ser que Camarões vença o Brasil de forma surpreendente e consiga bom saldo de gols, o vencedor de Suíça e Sérvia, que se enfrentam nesta sexta-feira (2), às 16h (de Brasília), garante vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo, sendo que o empate favorece os suíços.
Além da grande importância esportiva, o confronto é cercado de tensão por questões que extrapolam o campo de jogo e envolvem anos de disputa territorial na Europa.
Veja o vídeo produzido pela Itatiaia sobre a tensão da partida entre Sérvia e Suíça:
Em 2018, Xhaka e Shaqiri, que seguem na seleção Suíça, comemoraram o gol decisivo sobre os sérvios fazendo um gesto que remete à águia de duas cabeças presente na bandeira albanesa.
Os dois tem origens no Kosovo, região de maioria étnica albanesa que fez parte da Iugoslávia, Sérvia e se autodeclarou um estado independente apenas em 2008, após conflitos violentos com o governo de Belgrado.
Apesar do reconhecimento da maior parte das nações do mundo e ser independente para a Fifa, a Sérvia e outros países, como o Brasil, não aceitam a criação unilateral do estado kosovar independente.
Nesse contexto, Shaqiri e Xhaka demonstraram apoio ao Kosovo ao fazer o gesto da águia de duas cabeças em 2018, lembrando a ascendência albanesa que eles têm e podem repetir alguma manifestação, apesar da multa que receberam da Fifa no último mundial.
Além da memória de quatro anos atrás, um novo fator que pode acirrar os ânimos já aconteceu no Catar.
Foi fotografada no vestiário Sérvio, após a estreia contra o Brasil, uma bandeira com o mapa de Kosovo coberto com as cores da Sérvia, sugerindo que a região ainda pertence ao governo de Belgrado. Além disso, estava escrito em albanês “sem rendição” reforçando o discurso de luta pela manutenção do território kosovar sob o poder sérvio.
