‘Eu acredito é na rapaziada’. Brasil aposta na qualidade dos jovens para superar perda de Neymar

Mais do que lamentar a perda do seu 10, Tite destacou as virtudes dos seus garotos em coletiva

A Tite não resta outra alternativa, que não seja acreditar na rapaziada

Enviados especiais a Doha - “E vamos à luta”. A música composta por Gonzaguinha, em 1980, quando Tite, hoje técnico da Seleção, ainda com 19 anos nem tinha aparecido como um meia de muita entrega tática, no Guarani, de Campinas, vice-campeão brasileiro de 1986, é praticamente um hino do Brasil nesta Copa do Catar a partir do jogo desta segunda-feira (28), contra a Suíça, às 13h (de Brasília), no 974 Stadium, pela segundo rodada do Grupo G. Será o primeiro confronto sem contar com a grande referência ofensiva, o meia-atacante Neymar, de 30 anos, estrela maior do elenco canarinho e que machucou o tornozelo direito na estreia, nos 2 a 0 sobre a Sérvia.

O volante Fred será seu substituto diante dos suíços e o quarteto de ataque terá Lucas Paquetá, Raphinha e Richarlison, todos de 25 anos, e Vinícius Júnior, de 22. É a primeira Copa deles e a responsabilidade maior de construir uma vitória que encaminha a classificação brasileira estará com essa turma.

A Tite não resta outra alternativa, que não seja acreditar na rapaziada. Confiar que eles vão segurar o rojão, sem fugir da fera e enfrentando o Leão.

As reposições a eles são nomes como Gabriel Jesus e Pedro, de 25 anos, Antony, de 22, ou Rodrygo e Gabriel Martinelli, de 21.

“Eu vou à luta com essa juventude. Que não corre da raia a troco de nada. Eu vou no bloco dessa mocidade. Que não tá na saudade e constrói, a manhã desejada”, escreveu Gonzaguinha há 42 anos.

Nesta segunda-feira é exatamente o que Tite espera que seus garotos façam. Ir à luta com essa juventude, com uma turma em que sete dos oito integrantes disputam a Copa do Mundo pela primeira vez.

O único que esteve na Rússia, em 2018, foi o reserva Gabriel Jesus. Quem mais jogou neste segundo ciclo, entre eles, é o meia Lucas Paquetá, presente em 36 dos 51 jogos, e que terá uma responsabilidade maior com a ausência de Neymar.

Ausência

Falando sobre a ausência do seu 10 na entrevista coletiva do último domingo (27), no Centro Internacional de Imprensa, em Doha, Tite destacou muito seus garotos, justamente num processo de incentivá-los a manterem o nível e a criatividade num jogo importante em que não terão a referência e até o ídolo em campo.

“Outros jogadores estão surgindo em uma geração que é impressionante. Daqui a pouco vai aparecer a finta de um lance do Antony, uma assistência do Vini, uma criatividade do Richarlison na hora de finalizar, um cabeceio do Pedro, o Jesus ia fazer o gol no lance do segundo tempo, isso vai aparecer. Eles têm essa capacidade criativa. O Rodrygo corre que parece que tem a bola grudada no pé”, analisou o treinador brasileiro.

Assim o Brasil encara a Suíça naquele que parece ser o confronto mais complicado deste Grupo G. Tite depende como nunca dos seus garotos. E ele, com certeza, no seu íntimo já disse: “Eu acredito é na rapaziada”.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro
Mineiro de Formiga, Wellington Campos está na Rádio Itatiaia desde agosto de 1990, atuando como correspondente no Rio de Janeiro, cobrindo o dia-a-dia da CBF, Seleção Brasileira e STJD, além dos clubes cariocas e os esportes olímpicos. Participou das coberturas das Copas do Mundo de 1994 (EUA), 1998 (França), 2002 (Coréia do Sul e Japão), 2006 (Alemanha), 2010 (África do Sul) e 2014 (Brasil).

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