O presidente da Fifa Gianni Infantino fez um discurso neste sábado (19), às vésperas do início da Copa do Mundo, minimizando críticas feitas ao Catar sobre denúncias de exploração de trabalhadores imigrantes. Ele também comentou a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios do mundial e disse que os fãs vão sobreviver sem cerveja nos estádios.
Perguntado sobre a situação de imigrantes no país árabe, Infantino disse que já sentiu na própria pele a discriminação. Em junho, um relatório da Anistia Internacional apontou denúncias de taxas ilegais cobradas por empresas para a contratação de trabalhadores da Copa, retenção de salários e péssimas condições de trabalho, com horários exaustivos para os funcionários.
O Catar recebe críticas também por seu histórico de violação dos direitos humanos. O código penal do país árabe proíbe a atividade homossexual. Infantino fez um discurso buscando se aproximar das minorias e afirmou que já sofreu com discriminação.
“Hoje me sinto árabe. Hoje me sinto africano. Hoje me sinto gay. Hoje me sinto deficiente. Hoje me sinto como um trabalhador migrante. Claro que não sou catariano, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado, sofrer bullying, como um estrangeiro em um país estrangeiro. Quando criança, sofria bullying porque tinha cabelo ruivo e sardas, além de ser italiano”, disse.