(1982, 1990 e 1994)
O capitão Baresi correu com confiança, mas desperdiçou o pênalti por cima do travessão. O ano era 1994 e o adversário era o Brasil na antológica final nos EUA. O último jogo do zagueiro italiano em Copas se tornou o mais doloroso quando Roberto Baggio também isolou por cima da trave.
Franco Baresi (1960) é o único jogador não-alemão a jogar três Copas e terminar nas três primeiras posições (campeão em 82, vice em 94 e terceiro colocado em 90).
Zagueiro elegante, com 1,76 m, Baresi jogou todos os 20 anos de carreira no Milan, onde foi seis vezes campeão italiano, tricampeão da Liga dos Campeões e bi do mundial de clubes. No Rossonero, formou duplas de zaga clássicas com Maldini e Costacurta. Dono de um senso incomum de posicionamento, era mestre no desarme sem recorrer a faltas.
Foi reserva na campanha do Mundial de 82, quando a Itália saiu da fila após 48 anos. O técnico Enzo Bearzot preferiu contar com Cabrini, Gentile e Scirea, o trio de defensores da Juventus.
Não foi convocado em 86, quando curiosamente quem defendeu a Itália na Copa do México foi seu irmão mais velho, Giuseppe Baresi. Jogando em casa, em 90, terminou em terceiro - a azurra caiu nas semi para a Argentina, por 4 a 3, na cobrança de pênaltis. Naquele dia, Baresi acertou a primeira penalidade e Roberto Baggio converteu a segunda.
Quatro anos mais tarde, a Copa dos EUA teve traços heroicos e de tragédia: Baresi lesionou o menisco na segunda partida da primeira fase, passou por uma artroscopia e poucos acreditavam que ainda entraria em campo no Mundial. Pois o camisa seis conseguiu voltar justamente na decisão, quando anulou Romário, o nome daquela Copa, de modo implacável no tempo normal. Nas penalidades, uma hesitação em bater no canto esquerdo o levou a pegar muito embaixo da bola e jogar acima do gol. Ao ver Massaro e Baggio também desperdiçarem as cobranças, caiu num choro convulsivo enquanto os brasileiros comemoravam um Mundial após 24 anos - alegria análoga à que Baresi e os italianos devem ter sentido ao acabar com o jejum da Itália em 82.