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Bruce Willis: diagnosticado com doença incurável, ator teve agravamento no quadro?

Bruce Willis possui Demência Frontotemporal (DFT) e segue longe dos holofotes desde o diagnóstico

Bruce Willis e a filha, Tallulah, em registro feito em junho de 2025

Bruce Willis, de 70 anos, foi diagnosticado com Demência Frontotemporal (DFT) em 2022. A atualização mais recente sobre sua saúde ocorreu em abril deste ano, quando sua família destacou que, “embora a doença continue progressiva, seu estado de saúde é considerado estável”.

O ator não se comunica e nem lê mais, além disso enfrenta dificuldade para andar. Registros recentes feito por Tallulah Willis, filha do ator com Demi Moore, foram, inclusive, alvos de críticas por exibi-lo vulnerável.

“Acho que não deveria expor o teu pai ao público! Ele está vulnerável e algumas coisas devem ser mantidas privadas! Não tem a permissão dele”, disse uma pessoa à época.

Outra celebrou ter visto Willis, que segue recluso e longe dos holofotes desde seu diagnóstico. “Pessoalmente, estou feliz por você ter partilhado esta foto. É bom vê-lo bem e sorrindo”, destacou.

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Desde então, não a informações oficiais sobre um novo agravamento no quadro de Bruce Willis, além do que já foi informado pela família.

Demência Frontotemporal

Paulo Caramelli, especialista em cognição e professor da UFMG, explicou que a DFT é a segunda causa de demência degenerativa mais frequente com início antes dos 65.

A doença se dá pelo acúmulo de “proteínas anormais no cérebro”. Conforme o médico, existem duas características ou duas formas de apresentação clínica da doença, sendo elas: variante comportamental e variante de linguagem.

Na primeira apresentação, o paciente, fundamentalmente, tem alterações de comportamento. De acordo com Caramelli, elas “vão desde apatia ou desinibição, alterações de hábitos alimentares, como preferência por doces, a apresentação de algum tipo de compulsão”.

“Na maior parte dos casos de Demência Frontotemporal, da variante comportamental, a memória não é tão afetada no início e é por isso, por exemplo, que essas pessoas não têm dificuldades de localização espacial”, completa.

A outra variante é a de linguagem. “A linguagem é a alteração clínica inicial, menos comportamento e também menos memória. De toda forma, são apresentações clínicas que evoluem de forma progressiva e, em fases mais avançadas, fica muito difícil você diferenciá-las. Em geral, a memória não é alterada precocemente ou no início do quadro”, destaca o médico.

As duas variantes interferem de formas distintas na qualidade de vida do paciente. “Seja pela linguagem, que, aparentemente, foi a forma que acometeu o ator Bruce Willis no início e, obviamente, trazendo um impacto enorme para a vida e também para profissão dele, mas também a forma comportamental acaba interferindo muito sobre a qualidade de vida da pessoa afetada e da família”, pontua.

Diagnóstico

“Estudos brasileiros que investigaram a frequência em pessoas com 65 anos ou mais falam de uma frequência em torno de 2, 3% das causas de demência. Então, sem dúvida, é uma condição mais rara e que oferece um diagnóstico difícil. Um certo desafio do ponto de vista diagnóstico, especialmente, por não especialistas”, explica o médico.

No entanto, hoje é possível ter o diagnóstico correto da doença. “Com base no conhecimento que nós temos a respeito das manifestações clínicas e com auxílio de, não só da avaliação clínica, mas exames complementares, sobretudo, exames de imagem, a gente tem condições de fazer um diagnóstico bastante seguro sobre Demência Frontotemporal”, finaliza.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.