Ouvindo...

Decolonial? Entenda por que Bad Bunny ‘esnoba’ EUA em nova turnê

Cantor porto-riquenho excluiu país da lista de shows da turnê “Debí Tirar Más Fotos”; Brasil terá duas apresentações em fevereiro de 2026

Bad Bunny critica colonização norte-americana em países latinos

O cantor porto-riquenho Bad Bunny, dono do álbum mais ouvido da história do Spotify, excluiu os Estados Unidos de sua nova turnê “Debí Tirar Más Fotos”, que terá passagem pelo brasil. A decisão surpreendeu os fãs, já que o artista lidera as paradas americanas e já lotou estádios no país, como o Madison Square Garden, em Nova York, e o SoFi Stadium, na Califórnia.

Mas por que Bad Bunny excluiu os EUA da lista de shows? Tudo isso pode apenas ser uma estratégia de marketing ou, o que é mais provável, uma decisão política. Isso porque o cantor critica o colonialismo americano tanto no álbum, quanto no curta “Debí Tirar Más Fotos” - mesmo nome da turnê.

Bad Bunny faz questão de reafirmar a complexidade e beleza da cultura de Porto Rico, reforçando a valorização dos ritmos, língua e artistas locais. O artista também sempre reforça a importância de defender a própria cultura e critica quem deseja sufocá-la.

Leia também

“Sou de Boriquen, Porto Rico, um arquipélago perfeito. No mundo inteiro, já conhecem meu dialeto, minhas gírias. Aqui, mataram gente por levantar a bandeira. Por isso é que, agora, eu levo ela para onde eu quiser”, diz um trecho da canção ‘La Mudanza’.

Em ‘Lo que pasó a Hawaii’, Bad Bunny diz temer que Porto Rico seja tomado pelos americanos, assim como aconteceu no Havaí - atual território dos EUA. “Querem tirar meu rio e também minha praia. Querem minha quebrada e que a vovó vá embora. Não, não solte a bandeira nem esqueça o lelolai (termo usado para descrever a cultura tradicional porto-riquenha). Porque não quero que façam com você o que aconteceu com o Havaí", diz o refrão.

A canção rapidamente virou um símbolo de resistência para diversas populações de imigrantes da América Latina, como venezuelanos, nicaraguenses e cubanos.

Bad Bunny vem ao Brasil pela primeira vez

O artista chega ao Brasil com a turnê “Debí Tirar Más Fotos” que tem o mesmo nome do álbum lançado em janeiro de 2025. Bunny define a coletânea como uma “carta de amor” ao seu país, Porto Rico. Essa será a primeira apresentação do músico no Brasil, considerado o maior astro do pop latino e dono de três prêmios Grammy.

O porto-riquenho subirá ao palco do Allianz Parque , em São Paulo, por dois dias consecutivos. Inicialmente, o cantor faria apenas um show no Brasil: no dia 20 de fevereiro de 2026. A alta demanda fez com que os ingressos se esgotassem e apenas uma hora. Por isso, Bad Bunny abriu uma data extra no dia 21 de fevereiro para 2026.

Os ingressos são vendidos pela plataforma de vendas Ticketmaster e podem custar de R$ 267,50 a R$ 1.075,00. Os superfãs que desejam viver uma experiência VIP, incluindo espaço reservado, open bar, open food, brindes e outros benefícios, terão que desembolsar mais de R$ 8 mil nos pacotes especiais. CONFIRA AQUI.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.