Manuela Dias, autora do remake de Vale Tudo, originalmente escrita por Gilberto Braga, rebateu críticas nas redes sociais nessa terça-feira (15). O público teme que a personagem Odete Roitman, vivida por Beatriz Segall (1926-2018) em 1988, seja muito “humanizada”.
“Desculpe o transtorno, estamos trabalhando para sua comodidade”, diz a publicação compartilhada por Manuela, seguida da frase: “Odete é Odete”.
A novela - considerada a melhor de “todos os tempos” - estreia em março de 2025 na TV Globo em comemoração aos 60 anos da emissora.
As críticas ocorrem após a autora prometer mudar um pouco a trama, visto que o país “não é mais o mesmo, o que dividiu internautas.
“‘Não falar mal do Brasil’. Você não entendeu a obra de Gilberto Braga. A obra ‘não fala mal do Brasil’, fala a verdade do país”, comentou um internauta.
A autora decidiu responder algumas críticas. “Odete é Odete. Apenas trabalhando em nuances. Aqui não tem Alice no País das Maravilhas nunca. Estou trabalhando 24x7 pra entregar o meu melhor”, disse.
À Folha de São Paulo, ela descreveu como será a “nova Odete”, o que deixou o público preocupado. “Odete seguirá sendo uma vilã, mas sua vilania está muito ligada ao momento. ‘Vale Tudo’ foi a novela da volta da democracia, e naquele momento falar mal do Brasil, ou poder falar mal, era resistência, era revolucionário, era novo. Hoje não é mais”, disse.
“Gilberto Braga, com Odete, estava extrapolando a válvula de escape de poder criticar o Brasil exacerbadamente. Hoje, provocar os mesmos efeitos não implica usar os mesmos recursos. Odete era julgada por ser sexualmente ativa aos 60. E hoje? Não estou dizendo que ela vai ser feminista, mas são diferenças”, acrescenta.
Em outra parte da entrevista, ela disse que “Gilberto estava mostrando a cara do Brasil naquele momento. Mas a cara do Brasil mudou, então ela não faz mais sentido”.