Ícone do jornalismo, locutor e apresentador Cid Moreira, que morreu nesta quinta-feira (3), apresentou o Jornal Nacional cerca de 8 mil vezes, segundo o Memória Globo. Cid estava internado em um hospital em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e nas últimas semanas vinha tratando de uma pneumonia.
Seu primeiro ‘Boa Noite’ ao público do Jornal Nacional foi repetido durante 26 anos seguidos. Aquela era a estreia do telejornal, em setembro de 1969, e o jovem apresentador já possuía um currículo de respeito, que incluía passagens pelas principais emissoras de rádio e de televisão do país, inclusive pela Globo.
Ele havia completado 97 anos de idade, no último domingo (29). Famosos lamentaram e prestaram homenagens por meio das redes sociais.
A apresentadora Ana Maria Braga foi uma das globais a dedicar uma publicação ao amigo, com um texto afetuoso. “Cid Moreira, sua voz e talento marcaram gerações e transformaram o jornalismo brasileiro. Agradecemos por sua dedicação e por nos ensinar a importância da verdade. Sua contribuição será eternamente lembrada. Descanse em paz”, escreveu.
Quem também fez publicações em homenagens, foi o atual apresentador do Jornal Nacional, William Bonner. Paulo Ricardo, Mauricio Ferraz e outros, também prestaram suas homenagens.
Entrada na TV Globo
Voltou a trabalhar na TV Globo em 1969, para substituir Luís Jatobá no ‘Jornal da Globo’, um noticiário de 15 minutos de duração, que exibia diariamente, às 19h45, um panorama das principais notícias do Brasil e do mundo. Integrou a primeira equipe do ‘Jornal Nacional’, que estreou em setembro daquele ano, o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. Na ocasião, dividiu a bancada do telejornal com Hilton Gomes. Dois anos depois, iniciou uma parceria com Sérgio Chapelin que se prolongou por mais de uma década.
Locuções especiais no Fantástico
Também a partir de 1996, Cid Moreira foi escalado para fazer as locuções de reportagens especiais do ‘Fantástico', programa do qual participou, também, desde a estreia, revezando-se com outros apresentadores, como Sérgio Chapelin e Celso Freitas.
Mais tarde, passou a gravar também os áudios das chamadas e de algumas matérias do programa. Em 1999, narrou o quadro do ilusionista Mr. M, um dos grandes sucessos do Fantástico naquele ano. A voz do locutor ficou de tal forma associada ao quadro que, quando Mr. M esteve no Brasil, no ano seguinte, o próprio Cid Moreira o entrevistou com exclusividade para o ‘Fantástico’.
Paralelamente ao seu trabalho na Globo, Cid Moreira continuou narrando comerciais — sempre em off, por restrições contratuais. A partir de meados da década de 1990, dedicou-se à gravação de salmos bíblicos. Em 2011, cumpriu seu objetivo de gravar a Bíblia na íntegra. Os CDs bíblicos com sua locução se tornaram um grande sucesso, com milhões de cópias vendidas.
Em março de 2010, foi lançado o livro ‘Boa Noite — Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil’, pela editora Prumo. A biografia foi escrita pela mulher do locutor, Fatima Sampaio Moreira, e reúne depoimentos de jornalistas, amigos e parentes de Cid Moreira. Nesse mesmo ano, durante a Copa do Mundo da África do Sul, Cid gravou uma vinheta a ser exibida durante as reportagens do ‘Fantástico’ e de programas esportivos da Rede Globo. A vinheta “Jabulaaani!“, nome da bola da Copa, foi um sucesso.