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Adaptação de ‘Fazendo Meu Filme’, da mineira Paula Pimenta, aposta em nostalgia e leva BH para as telas

Filme baseado no livro lançado em 2009 chega ao streaming Prime Video quatro anos após produção ser anunciada

Bela Fernandes como Fani em ‘Fazendo Meu Filme’, da Prime Video

Inspirado pelo primeiro livro da série “Fazendo Meu Filme”, da autora mineira Paula Pimenta, o longa homônimo chega ao streaming nesta quarta-feira (14). Anunciada há quatro anos, a produção já é aguardada há 15 anos pelos fãs que já sonhavam em acompanhar a vida da jovem Fani nas telonas - e agora poderão assisti-la nas telinhas.

Se a história da garota apaixonada por filmes que vê o próprio mundo virar de cabeça para baixo quando ganha a oportunidade de fazer um intercâmbio fora do país vive há tempos na mente dos fãs, a conta é ainda maior quando relacionado com Paula. Afinal, “Fazendo Meu Filme” é “um pouco inspirado” na vida da autora mineira e foi escrito por ela no início dos anos 2000.

Fani e a série cresceram com o público e com Paula - agora mãe da Mabel, de seis anos, com quase 25 anos de carreira - se atualizando através dos anos. E, agora, o longa pretende conversar tanto com o público alvo, mais jovem, como com quem tem acompanhado os livros da autora mineira nesse período.

“A Fani vai crescendo e termina o “Fazendo Meu Filme 4" com uns 24 anos. É bom, tanto para atingir esse público novo através dos filmes, como para pegar esse público que agora tem a idade da Fani no final dos livros”, relatou Paula. “Eles podem rever aquele comecinho da história pela qual torceram lá no início dos anos 2000. Vai atrair esse público que só quer saber do streaming e continuar agradando as leitoras antigas”, prometeu a mineira.

Como foi transformar o livro em filme?

“Fazendo Meu Filme” não é a estreia de Paula nos cinemas. A autora também foi responsável por criar “Cinderela Pop”, que inspirou o filme da Netflix protagonizado por Maisa Silva, e “Um Ano Inesquecível”, também disponível no Prime Video, mas agora teve uma participação mais ativa na produção.

“Não queria que distorcessem uma coisa que eu amava. Então, desde o começo, pus no contrato que eu tinha que aprovar roteiro, trilha sonora, figurino, tudo que pudesse”, revelou a autora à Itatiaia. “Eu fui co-roteirista, a primeira foi a Bruna Horta, que é daqui de BH e já conhecia o livro”, completou Paula Pimenta.

Com o aval da autora, a atriz Bela Fernandes foi escalada para viver a personagem principal, assim como Xande Valois, Samara Felippo, Caio Paduan e outros nomes. Paula relatou que “poucas mudanças” foram feitas na produção, acrescentando à história ou à fotografia do longa, mas garantiu que diálogos escritos lá em 2005 foram levados às telas.

Assim como o livro, o filme tem Belo Horizonte como plano de fundo, apesar de não ter sido gravado na capital mineira. “A gente não pôde filmar aqui, porque foi em plena pandemia, quando as vacinas ainda estavam começando”, anunciou. A cidade natal da autora e de Fani, no entanto, aparece através de imagens aéreas de pontos marcantes como o Mineirão e a Praça Sete.

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Por que ‘Fazendo Meu Filme’ não foi exibido nos cinemas?

Em conversa com a Itatiaia, Paula Pimenta explicou que, assim como os fãs da série, também esperava que a produção pudesse ser exibida nos cinemas. “Eu queria que fosse para o cinema. Quando eu fiquei sabendo [que não seria possível], eu fiquei realmente triste, porque era um sonho ver o filme nas telas grandes”, relembrou a autora.

A decisão não foi tomada pela criadora de “Fazendo Meu Filme”, foi meramente comercial. “O cinema nunca se aqueceu de fato depois da pandemia. Ficaram com receio de mandar o filme para o cinema e ele não receber o destaque merecido. Foi todo um estudo comercial, até por isso demoraram para lançar”, justificou Paula.

Apesar de ter ficado chateada com o fato de que o grande público não poderá assistir o longa-metragem nas salas de cinema, tão amadas por Fani, a criadora da série destacou o lado bom da mudança. A emoção pode não ser a mesma das telonas, mas o público potencial cresce disparadamente quando se tem uma estreia mundial em mais de 200 países.

“O mundo inteiro vai poder ver ali, simultaneamente. Tenho leitoras em Portugal que estão ansiosas já que agora vão poder ver o filme”, contou à Itatiaia. “A gente esperou tanto, que só das pessoas poderem ver o filme eu já estou muito feliz”, completou a autora mineira.

Antes mesmo da estreia de “Fazendo Meu Filme” no streaming, Paula já deu um spoiler sobre o futuro da série. Caso o projeto engate, os outros livros também podem ser adaptados. “A gente já está começando a pensar em um ‘Fazendo Meu Filme 2'”, contou sobre um filme inspirado em “Fani na terra da rainha”.

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Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.