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De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), a cetamina é um anestésico que “tem efeito efetivo e rápido no combate aos sintomas da doença mental”. No caso de Matthew Perry, o ator lutou publicamente contra o consumo de álcool e drogas durante anos de sua vida.
Ela foi considerada ilícita porque se tornou uma droga recreativa e passou a ser super controlada para evitar a utilização fora do ambiente hospitalar. Recentemente, a cetamina também começou a ser usada para tratar quadros depressivos onde o efeito mais rápido é necessário.
“Porém, devido a seus riscos, ao contrário dos demais agentes antidepressivos que podem ser usados ao nível domiciliar, o uso da cetamina deve ser feito apenas em estabelecimentos monitorados (hospitais ou clínicas), com acompanhamento de profissional habilitado”, explica Dr. Adriano Segal, psiquiatra da USP e membro do Departamento de Psiquiatria da Abeso.
Os sintomas mais comuns associados ao uso da cetamina estão as náuseas, os vômitos, a tontura, a sonolência e a confusão mental.
Morte
Conforme o portal, Matthew praticou 2 horas de pickleball naquela manhã e pediu que seu assistente fizesse um trabalho para ele. Após cerca de duas horas, ele voltou ao local e encontrou o ator desacordado na banheira de hidromassagem. Imediatamente, ele acionou o 911 - número de emergência dos EUA. No entanto, o ator já estava sem vida. No local, foram encontrados apenas antidepressivos e ansiolíticos.
Relatório toxicológico
Conforme o relatório toxicológico do Gabinete do Examinador Médico do Condado de Los Angeles divulgado nesta sexta-feira (15), Matthew Perry morreu por “efeitos agudos de cetamina”. O médico legista afirmou que o afogamento, a doença arterial coronariana e os efeitos da buprenorfina - que trata transtorno por uso de opioides - contribuíram para a morte.
Conforme foi descrito no relatório da autópsia, Matthew Perry estava em terapia de infusão de ketamina, mas não seria proveniente da última sessão, que ocorreu cerca de uma semana e meia antes da morte. “Com os altos níveis de ketamina encontrados em suas amostras de sangue pós-morte, os principais efeitos letais seriam tanto da superestimulação cardiovascular quanto da depressão respiratória”, disse o relatório.
Observou mais tarde que os investigadores encontraram ketamina em um nível de 3.271 nanogramas por mililitro em seu sistema. Durante a anestesia geral monitorada, os níveis variam entre 1.000 e 6.000 nanogramas por mililitro, conforme informado pelas autoridades.