Uma pergunta dominou o Brasil no final de 1989, quando meio país se questionava e a outra metade especulava sobre o mesmo assunto. Todos queriam saber: “Quem matou Odete Roitman?”. Na época a vilã da novela “Vale Tudo” foi vivida pela atriz Beatriz Segall, que morreu em 2018, aos 92 anos.
Numa saborosa entrevista ao programa “Provocações”, comandado por Antônio Abujamra na TV Cultura, Beatriz foi indagada sobre o que estava fazendo após aposentar-se dos palcos, e respondeu com sinceridade e indisfarçável prazer: “Nada”.
O elenco original ainda contava com Antônio Fagundes, Regina Duarte, Glória Pires, Renata Sorrah, Carlos Alberto Riccelli, Reginaldo Faria, dentre outros. A música tema da novela era “Brasil”, de Cazuza, interpretada pela também saudosa Gal Costa.
Com o anúncio de refilmagem de uma das mais aclamadas novelas da história do país, as especulações sobre os atores que integrarão essa nova versão começaram a circular e tomar as redes sociais. Dois dos autores originais, Gilberto Braga e Leonor Bassères já estão mortos.
Coube a Aguinaldo Silva, o único ainda vivo do trio, dar o seu pitaco sobre a refilmagem, apesar de ele não participar da nova versão, prevista para estrear na tela da Globo somente em 2025. “Embora não apite nada neste assunto, se apitasse, na primeira reunião de elenco para falar de Vale Tudo, sim, seria esse o meu nome favorito para viver a arquivilã do qual eu sou o único dos três autores ainda vivo... repito: Nany People”, declarou o novelista em entrevista à Folha de S. Paulo.
Aguinaldo Silva aproveitou para rememorar uma conversa com os outros atores da trama, que reforçava seu argumento em favor da atriz trans Nany People, mineira de Machado, atualmente no ar com “Fuzuê", que acaba de estrear no horário das 19h da Rede Globo.
“O assunto foi logo ultrapassado por outro, pois, àquela altura da madrugada e depois de dezenas de cafés fortíssimos, disparávamos criatividade para todo o lado feito três metralhadoras”. Mas, antes da dispersão, Aguinaldo garante que Leonor teria dito que a personagem de Odete era homossexual, e não uma mulher cis.
