A ex-paquita concordou com todos os pontos levantados na mensagem e fez questão de destacar “texto interessante”, “super interessante mesmo”. “Imaginem na década de 80 e 90, num ambiente 100% homem, uma mulher baixinha, nordestina, preta, lésbica, chegando na maior emissora da América Latina para dirigir o que seria a ‘galinha dos ovos de ouro’ da Globo. A primeira diretora mulher na Rede Globo. Marlene dirigiu um programa 100% feminino. A protagonista era uma mulher, as coadjuvantes eram mulheres. Imaginem a responsabilidade que essa mulher carregou por duas décadas”, diz parte do texto assinado por Fátima Póvoas.
“Como ser ouvida num ambiente dominado por homens, diretores e produtores extremamente arrogantes, soberbos que se achavam os donos do mundo. Ela tinha que chegar com o pé na porta mesmo”, acrescenta.
Ainda no quarto episódio, Marlene comenta que se não fosse por ela, as paquitas não seriam ninguém. “Ela não mentiu. As ex-paquitas pintam o cabelo até hoje. É fácil se isentar de tomar decisões porque assim não poderá ser culpado por nada, né Xuxa? Que lugar gostosinho e quentinho seu, hein? Agora deixe-me te contar uma coisinha... Esse seu lugar é desleal, sim. Apontar o dedo para Marlene Mattos que foi quem assumiu todas as responsabilidades e riscos por duas décadas. É um ato horrível de deslealdade”, destaca.
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Em outra parte, o texto menciona os nomes de Adriane Galisteu e Andrea Sorvetão: “Seu discurso é lindo, mas suas atitudes contradizem. E na vida o que vale são ações, Xuxa. Você cortou relações com sua irmã porque não aceitava o posicionamento político dela. Você fez o mesmo com Andrea Faria. Você desrespeitou a Adriane Galisteu que era a verdadeira viúva do Senna”.
“Reaja. Assuma as rédeas da própria história, reconheça que já fez e falou coisas horríveis. Infelizmente a meu ver, as chances parecem ser mínimas, porque desta vez não há uma Marlene Mattos para assumir a responsabilidade por qualquer deslize dessa pessoa que nunca errou e, se errou, não reparou. Mesmo depois de 40 anos”, finaliza.
Documentário
O episódio “Encontros e despedidas” de “Xuxa, O Documentário” exibido na quinta-feira passada mostra o momento em que ela e Marlene Mattos se encontram após 19 anos. A apresentadora conta que aceitou o convite por achar que a ex-empresária tinha mudado após vencer um câncer e ter pedido pessoas.
“Tem coisas que eu vou levar para o meu túmulo, coisas que fiz, que ela me fez fazer e que não me sinto nada bem de ter feito. Pelo menos uma coisa a gente pode bater aqui, não existe meia verdade, mas existe mea-culpa. Você não botou uma arma na minha cabeça pra fazer o que acho que fiz de errado, não fiz por ódio ou obrigação, eu fiz por amor”, afirma a apresentadora.
Na ocasião, ela diz que não consegue se perdoar por vários motivos e lista alguns deles. “Eu não me perdoo por ter confiado nas pessoas erradas, não me perdoo por ter acreditado demais, não me perdoo por ter feito coisas que não deveria ter feito, não me perdoo por deixar passar tanto tempo da minha vida onde eu deixei as pessoas me manipularem como se eu fosse uma marionete”, conta.
Xuxa, então, acrescenta: “Eu não posso falar tudo da Marlene, porque senão vão querer prendê-la. Eu tenho das pessoas olharem e pensarem: ‘Que monstro essa mulher’”.
“O que eu fiz, fiz porque eu precisei fazer”, justifica a diretora. No entanto, Xuxa discorda: “É uma pessoa que bota o poder na frente”. O último episódio do documentário vai ao ar às 18h da próxima quinta-feira (17) no Globoplay.