Se o rock consagrou a ideia da eterna juventude, com certeza deve muito a Mick Jagger, que, aos 80 anos, segue como símbolo de rebeldia, irreverência e uma sexualidade fluida e destemida que não se preocupa com a caretice.
Líder e vocalista dos Rolling Stones, ele tornou a sua boca carnuda tão conhecida quanto a língua pra fora que passou a identificar o grupo, assim como as canções que saíam de sua voz debochada e ligeiramente rouca, com uma dicção clara e sedutora.
Para muitos, Mick Jagger é o maior líder de banda de todos os tempos, abrindo caminhos para nomes como Freddie Mercury, Jim Morrison, Robert Plant e outros vocalistas que aprenderam com ele o que era dominar a plateia e se movimentar no palco como se não houvesse amanhã, sem medo de deslizes e rebolados.
Nascido em Dartford, que pertencia ao condado de Kent, na Inglaterra, Mick Jagger iniciou a trajetória profissional em 1964, quando lançou o primeiro LP com os Rolling Stones, responsável por paralisar o mundo e deixar os futuros fãs boquiabertos com aquela mistura única de blues e R&B com letras ácidas e amorosas, conjugando insatisfação social a devaneios líricos sobre as paixões.
Um ano antes, o grupo havia colocado na praça dois compactos de menor repercussão, mas que logo chamaram a atenção das gravadoras. Era apenas o início de uma carreira cravada de sucessos nas paradas de rádio, cercada de polêmicas e regada a excessos que os integrantes dos Rolling Stones jamais esconderam, na velha e boa tríade formada por sexo, drogas & rock’n’roll.
Fato é que, ao lado de Keith Richards, Brian Jones, Charlie Watts e Bill Wyman, Mick Jagger tornou conhecida em todo o planeta Terra uma das mais importantes e reverenciadas bandas de rock de todos os tempos, ultrapassando gerações e mantendo sua relevância e influência sobre jovens cabeças e corações frescos.
Entre os maiores sucessos da trupe destacam-se as inesquecíveis “Satisfaction”, “Gimme Shelter”, “Start Me Up”, “Angie”, e mais uma centena de hits atemporais. Além, claro, de “Like a Rolling Stone”, clássico de Bob Dylan que Jagger e sua turma regravaram e apresentaram em um show no Brasil, com a presença surpresa do próprio Dylan, no ano de 1998.
Aos 80 anos, a revolução de Mick Jagger segue a pleno curso. Modificando a música, os costumes e a nossa maneira de ver o mundo, guiado pela liberdade e pelo impulso de devorar tudo, com a sua boca voraz e libidinosa.
