Em sua autobiografia, lançada em 2016, Rita Lee fez um exercício imaginativo sobre como seria recebida sua morte. No trecho, chamado de “profecia”, ela disse que os fãs cantariam “Ovelha Negra” segurando capas de seus discos, os colegas mencionariam a falta que ela faria no mundo e que algumas pessoas achariam que ela já tivesse morrido.
Também apostou que políticos não compareceriam a seu velório, já que nunca fez campanha para nenhum, e dizendo que se “levantaria do caixão para vaiá-los”. Finalizou com o que seria seu epitáfio: “Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”
A obra “Rita Lee: Uma Autobiografia” se tornou um best-seller e foi indicada ao prêmio Jabuti de biografia e capa.
Confira o texto completo da Profecia:
Profecia Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão “Ovelha negra”, as tvs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: “Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk”. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: “Thank you Lord, finally sedated”.
Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.