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Há 40 anos, Elba Ramalho lançou ‘Banho de Cheiro’ e arrebatou disco de ouro

Cantora paraibana vendeu mais de um milhão de cópias com o álbum ‘Coração Brasileiro’, com faixa-título de Celso Adolfo

Elba Ramalho estourou em todo o Brasil com o frevo ‘Banho de Cheiro’, de Carlos Fernando, em 1983

Há 40 anos, Elba Ramalho deu um “Banho de Cheiro” em todo o Brasil com o frevo de Carlos Fernando que embalou gerações e gerações de brasileiros. A música foi lançada no LP “Coração Brasileiro”, que vendeu mais de um milhão de cópias e arrebatou disco de ouro e platina.

“Banho de Cheiro” se tornou o maior sucesso do lançamento, abrindo o álbum que ainda trazia a faixa-título, composta pelo mineiro Celso Adolfo, e “Ai Que Saudade D’ocê”, uma toada de Vital Farias que entrou para o repertório dos casais apaixonados e, mais tarde, receberia uma regravação ainda mais emblemática na segunda edição do projeto “O Grande Encontro”, que reunia Elba, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho.

Nascida no município de Conceição, no interior da Paraíba, Elba começou a carreira tocando bateria no conjunto “As Brasas”, formado só por mulheres, numa iniciativa feminista avançada para a época. Em 1974, a cantora rumou para o Rio de Janeiro, onde se apresentou com o grupo Quinteto Violado, de Pernambuco.

Sua estreia profissional, no entanto, foi como atriz, ao participar do filme “Morte e Vida Severina”, inspirado na obra de João Cabral de Melo Neto, e da peça “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, em que interpretava a prostituta Lúcia e eternizou a música “O Meu Amor”, num dueto com Marieta Severo, em 1978.

No ano seguinte, Elba estreou em disco com “Ave de Prata”, com a participação de músicos como Dominguinhos, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Sivuca e Jackson do Pandeiro.

Em 1982, a intérprete conheceu o primeiro sucesso de dimensões nacionais, ao regravar “Bate Coração”, da compositora Cecéu, que já havia caído no gosto do público nordestino na versão de Marinês, a Rainha do Xaxado.

Daí por diante, Elba se tornou presença garantida nas trilhas de novelas como “Roque Santeiro”, “Tieta”, “Rainha da Sucata” e “Pedra Sobre Pedra”. Em 1985, gravou “De Volta Pro Aconchego”, de Dominguinhos, outro sucesso atemporal. Foi da paraibana a sugestão para que a música tivesse um andamento mais lento e, assim, se conectasse com o sentimento de saudade descrito na letra.

Com uma carreira recheada de sucessos, como “Forró do Xenhenhém”, “Gostoso Demais”, “Tesoura do Desejo”, “Veja Margarida”, “O Xote das Meninas”, e tantas outras, em conexões com artistas do porte de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e de seus contemporâneos Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Dominguinhos e Zé Ramalho, Elba inscreveu seu nome com a força da Paraíba, expressando um Brasil profundo e verdadeiro, cheio de gana como a nossa leoa do norte, que canta o amor e nossas belezas naturais.