Eles já pediram esmola e nos ensinaram o que é uma partida de futebol. Também procuraram uma resposta para os sentimentos mais misteriosos e exaltaram as belezas e artimanhas da garota nacional.
Juntando baladas românticas a canções cheias de suingue, influenciadas pelo reggae e pelo ska da Jamaica, o Skank criou uma mistura azeitada que elevou o pop rock mineiro a nível nacional, arrebatando milhões de fãs em todo o Brasil e excursionando através do mundo.
Formada por Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti, a banda jamais perdeu o sotaque mineiro e o contato com suas raízes, embora em uma rotação contemporânea que permitia a intersecção com diversas linguagens.
Prova disso são as parcerias de Samuel com o paulistano Nando Reis em sucessos atemporais como “Resposta”, “É Uma Partida de Futebol” e “Dois Rios”, que ainda traz a assinatura do mineiríssimo Lô Borges.
Também não se pode esquecer da importância de Chico Amaral na trajetória do Skank, outro mineiro de fé que assina com Samuel hits como “Esmola”, “Garota Nacional”, “Jackie Tequila”, “Pacato Cidadão”, e tantas outras.
Foi em 1992 que o Skank colocou na praça o seu primeiro LP, com críticas ácidas ao então presidente Fernando Collor. Na sequência lançou, em 1994, “Calango”, apresentando futuros sucessos como “Te Ver”, além de uma versão irresistível para “É Proibido Fumar”, clássico de Roberto e Erasmo Carlos.
O estouro definitivo veio com “O Samba Poconé”, que na provocativa capa trazia uma pintura em que uma mulher com os seios de fora era cobiçada pelos olhos desejosos de um gorila. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e colocou o Skank definitivamente na rota da aclamação nacional, abrindo as portas para toda uma geração de bandas mineiras, como Jota Quest e Pato Fu.
Até 2018, o grupo lançou nove álbuns de estúdio e quatro registros ao vivo, se consagrando como uma das mais importantes bandas da história do país. Embora tenha anunciado a sua despedida dos palcos, o certo é que o Skank continuará tocando no coração de todos os mineiros e brasileiros.