Milton Nascimento se despede dos palcos. Para um Mineirão lotado e com ingressos encerrados, o artista histórico deu adeus às apresentações na noite deste domingo (13) em Belo Horizonte com o espetáculo que encerra a turnê “A Última Sessão de Música”. Com icônicas canções da carreira solo e do Clube da Esquina, Milton Nascimento embalou a plateia e emocionou fãs.
Foram 38 apresentações na turnê iniciada no mês de junho com passagens por Brasil, Estados Unidos e Europa.
Carreira
Milton gravou 42 discos, foi indicado ao Grammy nove vezes e premiado 5. Nos EUA, gravou o primeiro disco internacional e firmou ‘parcerias eternas” com Herbie Hancock e Wayne Shorter. Com esse último, gravou “Native Dancer”, disco que uniu o jazz rock, com elementos do funk, além de ritmos regionais e de influência brasileira e que foi considerado um marco na World Music. “Muitos músicos americanos foram influenciados por este álbum”, orgulha-se ele.
Segundo Milton, não seria possível fazer essa despedida sem incluir músicas de todas as fases da carreira. Os clássicos como “Ponta de Areia”, “Encontros e Despedidas”, “Travessia”, “Cio da Terra” e “Nos Bailes da Vida”, não podem faltar no setlist. “O resto é surpresa” , diz ele. “Queremos proporcionar uma experiência única e emocionante, do começo ao fim”.
Documentário deverá ser lançado em 2023
“A Última Sessão de Música” deverá render um documentário. A diretora Flávia Moraes está acompanhando toda a turnê e captando imagens com este fim. A expectativa é que o lançamento ocorra em 2023. O show de Londres também foi gravado, assim como será o do Mineirão, podendo também gerar DVDs.
Na apresentação desta noite, Milton terá a companhia do violonista e guitarrista Wilson Lopes, Lincoln Cheib (bateria), Ademir Fox (piano), Widor Santiago (metais), Zé Ibarra (vocal e violão), Ronaldo Silva (percussão), Alexandre Primo Ito (baixo acústico) e Fred Heliodoro (vocal e baixo elétrico).
A ideia é repassar, em pouco mais de duas horas, toda a trajetória de Milton. De acordo com Augusto,, às vezes, o cantor parece não assimilar que é o último show que fará na vida”. “Não me parece que está indo para um dia de despedida. Nunca o vi tão bem, feliz e animado”, disse. Talvez essa calma seja reflexo da paz de espírito dos que sabem que cumpriram bem sua missão e tiveram a felicidade de trabalhar com o que mais amam. A nós, só resta agradecê-lo e reverenciá-lo. Obrigado, Milton, por tanto.