Ouvindo...

Viih Tube revela que usava anticoncepcional quando engravidou; entenda a eficácia da pílula

A influencer e ex-bbb Viih Tube anunciou, na última terça-feira (20), estar grávida, mesmo tomando anticoncepcional

Viih Tube tem 22 anos e está grávida do primeiro filho

Na última semana, a influencer e ex-bbb Viih Tube, de 22 anos, anunciou que está grávida de seu primeiro filho com o também ex-bbb Eliezer. O que pegou seus fãs de surpresa, entretanto, foi a confirmação de que ela teria engravidado mesmo tomando a pílula anticoncepcional.

Um debate sobre o assunto reacendeu nas redes sociais e muitas mulheres questionaram a verdadeira eficácia da pílula. Para sanar estas dúvidas, a Itatiaia conversou com a ginecologista e coordenadora do serviço de reprodução humana da Rede Materdei, Rivia Lamaita.

Qual o risco de gravidez durante o uso da pílula anticoncepcional?

Segundo Rivia, que também é professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFMG, para responder a esta pergunta é preciso entender a diferença entre “uso típico” e “uso perfeito”.

Como a pílula anticoncepcional é um método que depende do usuário, a forma como a mulher se comporta pode modificar a sua eficácia. “A eficácia da pílula está ligada ao uso correto e, portanto, depende muito do usuário. Diferente de outros métodos como o diu ou implante, que não dependem de usarmos corretamente ou de seu esquecimento”, explicou a média.

A eficácia da pílula anticoncepcional quando se pensa no “uso típico” seria de 91%. Ou seja, 9 a cada 100 mulheres que tomam a pílula cometendo erros, engravidam. Já no “uso perfeito”, que seria quando a usuária não comete erros no tratamento, a eficácia da pílula é de 0,3%. Isto é, 3 mulheres a cada 1000 engravidam.

“O uso típico é o que depende do usuário, já o uso perfeito é o que garante se for usado corretamente. Quanto maior a diferença entre os dois, mais depende do usuário e maior o risco do método”, explica, “Se a mulher não usou corretamente, ela poderia engravidar usando a pílula. Se usou perfeitamente, também poderia, mas seria muito raro”.

Que tipo de comportamento afeta a eficácia da pílula anticoncepcional?

A resposta para esta pergunta é bem simples: “esquecer ou tomá-la de forma errada”, respondeu Rivia. A pílula anticoncepcional deve ser tomada todos os dias, com pausas de 7 dias a cada 21. Em casos de recomendação médica, algumas mulheres podem pular o período de pausa e emendar as cartelas.

Ao contrário do que circula nas redes sociais, o uso de antibióticos comuns não afeta a eficácia do método, segundo a médica especialista: “Antibióticos que diminuem a eficácia não são os de uso comum e raramente são usados”. Entre os que podem afetar o ciclo, estão os antibióticos do tipo Rifampicina e Rifabutina, usados para o tratamento de tuberculose.

Rivia também revela que vômitos e diarreias não costumam mudar o efeito da pílula, exceto em casos intensos.

Quanto tempo leva para a pílula fazer efeito?

Logo após revelar que tomava a pílula anticoncepcional quando engravidou, Viih Tube explicou que estava fazendo uma troca de remédios quando descobriu que teria um filho. Imediatamente, nas redes sociais, algumas pessoas afirmaram que, durante o primeiro mês de uso, a pílula não faria efeito.

Entretanto, Rivia explica que, mais uma vez, se o uso for feito corretamente, a pílula previne a gravidez desde o início: “se iniciar o tratamento entre o 1º e 3º dia do ciclo menstrual, a mulher estaria protegida desde o início”.

Existe mesmo o risco aumentado de trombose para que usa a pílula anticoncepcional?

Uma das maiores preocupações relatadas por mulheres que tomam a pílula anticoncepcional é o suposto risco aumentado de desenvolver trombose. De acordo com pesquisas recentes, o risco de trombose em usuárias da pílula seria de 5 em cada 100.000 mulheres.

Rivia confirma que o uso da pílula aumenta as chances de trombose, apesar de serem baixas: “o risco existe, porém é bem menor que o que existe no pós parto. Logo, se engravidar sem planejar o risco será maior e não justifica não usar a pílula”.

Algumas mulheres, entretanto, devem ficar mais atentas ao uso do método. “Pessoas acima dos 35 anos, hipertensas, tabagistas e obesas representam um exemplo de grupo com maior risco entre as usuárias de pílula combinada com estrogênio”, relata.

É importante destacar que toda mulher deve fazer acompanhamento ginecológico, com ou sem o uso da pílula anticoncepcional. Além disso, o único método que previne infecções sexualmente transmissíveis (ist) é a camisinha.