O Santa Cruz vive o momento mais delicado da sua centenária história. Pela primeira vez,
Em entrevista exclusiva para a Itatiaia, mediante videoconferência, diretamente de Orlando, nos Estados Unidos, onde vive com a família há cerca de sete anos,
Natural do Recife e criado no Paulista, na Região Metropolitana da capital pernambucana, o camisa 10 do último título mundial da Seleção Brasileira, eleito o melhor atleta do mundo em 1999, teve um início difícil no Tricolor. Apesar de ter dado os primeiros passos no clube, não chegou a se profissionalizar no Arruda. Partiu para desbravar o mundo em 1991, mas sem jamais deixar de carregar o Santa Cruz consigo.
“Eu passei fome. Eu não sonhava em ser campeão do mundo. O meu sonho era ser profissional pelo Santa Cruz. Meu sonho era ser campeão pelo Santa Cruz. E cheguei a ser campeão do mundo, dando alegria ao Brasil todo com aquele título”, recorda, antes de regressar ao momento atual do clube.
“Primeiro, sei que o Santa Cruz está num momento difícil. Eu sinto muito por essa situação que o clube se encontra. É o meu clube do coração. Sim, eu tive uma conversa com o Ricardo Rocha. Ele me ligou, estamos sempre em contato. Falei com o Ricardo que estou à disposição de poder ajudar. Estamos conversando. Não sei até onde vou, temos que analisar primeiramente toda a situação do clube”, começou por explicar o embaixador da
Outro nome também tocado por Rivaldo foi o do
“Estou morando em Orlando, tem as dificuldades da distância. E Santa Cruz como todo mundo sabe é um clube de uma torcida enorme, é um time muito grande em Pernambuco e no Brasil por sua torcida. Sempre falo quando converso com empresários e pessoas importantes que era uma boa alguém pegar esse clube. E eu poderia também estar junto nessa parceria com o Ricardo Rocha, o Grafite também, em poder ajudar e tirar o Santa Cruz dessa situação”, afirmou, sem deixar de fazer algumas ponderações.
As dívidas do Santa Cruz
O Santa Cruz atualmente está em recuperação judicial. Possui uma dívida orçada em aproximadamente R$ 197 milhões. O tamanho do buraco do clube, atualmente sem renda de jogos ou televisionamento, é um dos fatores que deixam Rivaldo temeroso.
“A gente sabe das dívidas, das coisas que existem dentro do clube que não são fáceis. Às vezes, as pessoas olham o Rivaldo e não é assim, investir todo o dinheiro, tudo o que conseguiu jogando futebol num clube que está com uma dívida enorme, que você não participou de nada e ter dor de cabeça. Estou morando nos Estados Unidos tranquilo e ir para uma situação complicada como está o Santa Cruz. Mas eu falei para o Ricardo que estou disposto a me sacrificar para tirar o Santa Cruz dessa situação, mas claro, tudo com os pés no chão, sabendo como exatamente está a situação no clube, para depois poder entrar e poder ajudar. Se não, você vai perder muitos anos de vida dentro do clube pela situação que está o Santa Cruz. Temos que analisar bem, não só entrar Rivaldo, mas o Grafite, o Ricardo Rocha, os empresários fortes, para tirarmos o Santa Cruz dessa situação”, ressaltou.
Questionado mais incisivamente se estaria disposto a ajudar o clube investindo financeiramente, e não somente com o seu nome, a fim de abrir portas e investimento para o clube, Rivaldo se mostrando disposto, deixando novamente a possibilidade em aberto.
“Tudo depende da conversa. Tudo depende de como está o clube. O que a gente não quer é ter prejuízo, claro que é um clube do coração, que eu sou muito grato, mas não podemos entrar num clube com a grandeza do Santa Cruz e depois ficar no prejuízo. Por isso, temos que conversar bem”, alertou.
“O Ricardo Rocha sempre me liga, conversa comigo, e é claro que se tem pessoas mais fortes com o Rivaldo, até muito mais ricas que o Rivaldo entrando no clube, seria muito mais fácil para eu poder participar. Não é fácil comigo aqui em Orlando e ter que investir muito dinheiro no clube, sem estar morando. Para fazer tudo isso, teria que voltar para o Recife, estar no dia a dia, porque senão as coisas não iriam andar. Então, caso eu invista dinheiro no clube, eu teria que voltar para o Recife. Seria difícil para mim, mas é claro que tudo vai depender de como está o clube, como as conversas vão evoluir. O Ricardo Rocha que está fazendo esse meio-campo conversando com várias pessoas, ele sempre me liga, eu sempre falo para ele que estarei sempre à disposição”, detalhou.
Por fim, Rivaldo contou que também teve uma reunião, no mês passado, com o então presidente coral,
“Também já tive contato com o presidente do Santa Cruz quando estive aí no mês passado. Conversamos bastante, ele foi à minha casa. Inclusive, ele se desligou do clube agora, mas tive uma conversa com ele, foi no Paulista, conversamos uns 40, 50 minutos. Explicou várias coisas, então isso também já foi conversado com o Ricardo Rocha. E estamos na conversa. A gente nunca sabe se isso vai sair ou não, mas as conversas estão acontecendo”, pontuou.
O novo presidente do Santa Cruz,
