O corpo de Gabriela Anelli, de 23 anos, foi velado nesta terça-feira (11), no Embu das Artes, em São Paulo. Vítima de uma garrafada nos arredores do Allianz Parque antes do duelo entre Flamengo e Palmeiras, a jovem faleceu nesta segunda (10), após não resistir aos ferimentos.
O cortejo da jovem foi feito por familiares, amigos e colegas torcedores do Palmeiras, que cantavam o hino em homenagem à jovem, e a música popular: “Quando eu morrer, quero o meu caixão pintado em verde e branco, como meu coração”.
O enterro foi acompanhado por 200 pessoas, no Cemitério do Embu das Artes. Faixas e bandeiras de mastro da Mancha Alviverde, a maior torcida organizada do Palmeiras à qual Gabriela era filiada, foram expostas durante o processo. Ettore Marchioni, pai de Gabriela, falou com a imprensa.
“Vou continuar a fazer o que fazíamos juntos. Cada canto que eu pisar, ali na Palestra Itália, eu vou lembrar da minha filha. A gente chegava junto, ia embora junto, estava sempre junto. Vou continuar o que ela queria, o legado dela. Já não tenho tanta força assim, mas vou fazer o que ela continuava fazendo. Participava de ações sociais, tudo isso, vou continuar”, revelou o pai ao g1.
Dilcilene Prado Anelle dos Santos, mãe da vítima, endossou discurso que cobra das autoridades mais ações contra à violência: “Os clubes têm que tomar mais providências referente à segurança. Principalmente a segurança, que acho que foi bem falha. Porque não pode entrar com garrafa. Isso tem que parar. Tem que ter mais amor ao próximo. O Palmeiras não vai amar o Corinthians, vai amar o próximo, porque é vida. Nós não estamos falando de time aqui. Estamos falando de vidas. Palmeiras é vida, Corinthians, Santos tem vida. Todo time tem vida”, finalizou a mãe.
Entenda o caso
Gabriela Anelli, de 23 anos, estava internada na Santa Casa, em São Paulo, até a última segunda-feira (10), após ser socorrida em meio à briga de torcidas do Flamengo e Palmeiras. A jovem sofreu duas paradas cardíacas após ser atingida por uma garrafa na região do pescoço e não sobreviveu aos ferimentos.
A jovem estava em frente ao Allianz Parque, para entrar no estádio, neste sábado (10), quando um confronto entre torcedores organizados de Palmeiras e Flamengo começou - este, inclusive, não foi o mesmo que causou a interrupção do jogo pelo gás de pimenta utilizado pela Polícia Militar para afastar os torcedores e, sim, uma primeira confusão, pré-jogo.
A provocação entre os torcedores de “casa” e o setor visitante resultou em garrafas arremessadas, uma delas que atingiu e matou Gabriela. César Saad, delegado do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), afirmou nesta segunda-feira (10), que Leonardo Felipe Xavier Santiago foi indiciado por homicído doloso consumado.
O homem foi preso em flagrante após arremessar a garrafa que atingiu a torcedora.