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Furacão Ian: ‘foi um sufoco, a situação é catastrófica’, diz brasileiro que mora na Flórida

Com ventos 185 km/h, Ian tocou o solo no sudoeste da Flórida durante a tarde e provocou ‘inundações catastróficas’

Ian deixou quase dois milhões de residências sem energia elétrica na Flórida

“Não tem quase ninguém aqui, a grande maioria fugiu. Está deserto”. Foi o que disse o brasileiro Zelmar Couto, de 35 anos, à reportagem da Itatiaia na manhã desta quinta-feira (29). Com ventos 185 km/h, o furacão Ian tocou o solo no sudoeste da Flórida durante a tarde e provocou “inundações catastróficas”.

“Moro em Winter Garden, uma cidade próxima à Orlando, atrás da Disney. A gente passou um sufoco que em anos a gente não passa. Graças a Deus, estamos bem. Minha Nossa Senhora sempre nos protege”, contou. A casa onde ele mora com a família não foi atingida.

Ian deixou quase dois milhões de residências sem energia elétrica na Flórida, de acordo com site especializado PowerOutage. “Por sorte a gente continua com a eletricidade, mas grande parte de Orlando está sem”, contou o brasileiro.

O furacão Ian perdeu intensidade durante a noite depois de afetar o estado da Flórida com chuvas torrenciais e ventos potentes, o que provocou inundações “catastróficas” e cortes de energia elétrica na região.

Desaparecidos

A Guarda Costeira procurava 20 migrantes desaparecidos após um naufrágio ao sul da rota do furacão. Três pessoas foram resgatadas e quatro conseguiram nadar até a costa.

Ian, que devastou o oeste de Cuba nos últimos dias, deve seguir pelo interior da Flórida, emergir sobre o Oceano Atlântico e acabar afetando os estados da Geórgia e da Carolina do Sul, segundo previsões do NHC.

'É um dos cinco furacões mais potentes’

O governador republicano, Ron DeSantis, destacou na quarta-feira à noite que Ian "é um dos cinco furacões mais potentes a atingir a Flórida”.

“Esta é uma tempestade sobre a qual falaremos durante muitos anos”, declarou o diretor do Serviço Meteorológico Nacional (NWS), Ken Graham.

Especialistas apontam que, à medida que a superfície dos oceanos se aquece, aumenta a frequência de furacões mais intensos, com ventos mais fortes e mais precipitação, mas não o número total de furacões.

De acordo com Gary Lackmann, professor de ciências atmosféricas da Universidade Estadual da Carolina do Norte, vários estudos mostraram uma “possível ligação” entre as mudanças climáticas e um fenômeno conhecido como “intensificação rápida”, quando uma tempestade tropical relativamente fraca se fortalece. (com informações de AFP)

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.