Rebatizada por um produtor, Joanna foi acolhida em todo o Brasil, que se habituou a entoar seu nome em espetáculos lotados. O clamor popular sempre esteve a seu lado. Há 40 anos, em 1983, Joanna faturou o seu quinto disco de ouro consecutivo com o lançamento de “Brilho e Paixão”, que vendeu mais de 150 mil cópias. O álbum vinha na sequência de outros sucessos de arrasar quarteirão, como “Estrela Guia” e “Chama”.
Mas a estreia profissional de Maria de Fátima, que ganhou o nome artístico de Joanna, foi em 1979, com o disco “Nascente”, que, além da faixa-título, trouxe os hits “Descaminhos”, “Cicatrizes” e “Agora”, misturando canções autorais a composições de Roberto Carlos, Milton Nascimento e Gonzaguinha.
Outro momento decisivo na carreira de Joanna foi a participação no especial “Mulher 80”, da Rede Globo, em que cantou “Seu Corpo” e “Cantoras do Rádio”, ao lado de Maria Bethânia, Elis Regina, Zezé Motta, Rita Lee, Fafá de Belém, Gal Costa e outras divas da música brasileira. Empoderada, Joanna assumia a homossexualidade e cantava o amor sem preconceitos nem medo de ser feliz.
Adorada pelo público, Joanna também passou a ser incensada pela crítica e a receber canções feitas especialmente para ela, como “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, que dizia: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. No final da década de 1980, ela voltou ao topo das paradas radiofônicas com “Amanhã Talvez” e “Um Sonho a Dois”, em um dueto inesquecível com o Roupa Nova.
Ao longo de sua bem-sucedida trajetória, Joanna passeou pelos mais variados gêneros, mantendo a essência de seu canto: a ligação com o romantismo e as paixões arrebatadoras. Ela explorou o samba-canção e prestou homenagem a Lupicínio Rodrigues, compreendendo os anseios amorosos do povo em sucessos do porte da irresistível “Tô Fazendo Falta” e de “Morrendo de Amor”, versão de Paulo Sérgio Valle para “Killing me Softly With His Song”.
Aos 66 anos, Joanna segue na estrada, tanto que o seu disco mais recente, de 2020, tem o nome de “Aqui e Agora”. Devota de Nossa Senhora de Fátima, nos últimos tempos ela também se dedicou ao repertório religioso e interpretou músicas do Padre Zezinho. Pois é sagrada a conexão de Joanna com os sentimentos atemporais.