O cantor sertanejo Gusttavo Lima concorreu no edital de patrocínio “Belo Horizonte 4 Estações”, da Belotur (Empresa de Turismo de Belo Horizonte), foi selecionado para receber 120 mil reais mas desistiu de receber o valor.
A informação sobre a rescisão foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) dessa sexta-feira (19). Conforme o documento, em decisão acordada entre as partes, não haverá prejuízos para a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) e nem para a produtora.
De acordo com a Belotur, o edital Belo Horizonte 4 estações é de apoio a eventos com potencial turístico e não é a Prefeitura que procura os projetos ou artistas. Ou seja, o edital é aberto para que produtores de eventos, que tenham intenção de receber patrocínio da Belotur, enviem seus projetos .
A assessoria de imprensa da Belotur explicou que o edital funciona de forma parecida com as leis de incentivo à cultura - uma série de critérios devem ser cumpridos pelos produtores que se candidatam. A cada edição do edital a Belotur recebe mais de 100 projetos candidatos e, no último edital (Outono), quase 70 eventos foram patrocinados.
Sobre o projeto envolvendo Gusttavo Lima, a Belotur recebeu inscrição da produtora Patrícia Sol Eventos para o edital Outono, com o evento “Buteco do Gusttavo Lima”. O patrocínio, de 120 mil reais, foi aprovado no edital e seria para a edição de abril, realizada em BH. Porém, a empresa enviou ofício à Belotur, recusando o patrocínio “por motivo de força maior”. Abrindo mão do cachê, o projeto não recebe mais nada e tudo fica cancelado.
A Itatiaia entrou em contato com a produtora Patrícia Sol Eventos e também com a assessoria de imprensa do cantor Gusttavo Lima, mas não teve resposta. Caso as duas se manifestem, a reportagem será atualizada.
Cachê de 1,2 milhão
Em maio do ano passado, Gusttavo Lima repercutiu nas redes sociais pelo cachê milionário cobrado para se apresentar durante a 32ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos, em Conceição do Mato Dentro, na região Central do estado.
Diferente da situação em Belo Horizonte, o cantor foi procurado pela Prefeitura de Conceição do Mato Dentro para participar do evento e seria pago com dinheiro público, sem edital.
No dia 30 daquele mês, ele respondeu às críticas sobre se “beneficiar de dinheiro público”.
“Eu não compactuo com dinheiro público, sou um cara que tenho meus impostos em dia [...] Sobre shows da prefeitura, acho que todos os artistas fazem ou já fizeram show de prefeitura e isso, na minha forma de pensar, é sobre valorizar a nossa arte”, disse à época.
“Se eu custo 1, não é pela prefeitura que vai me pagar meio. Todos nós temos contas para pagar, seja para prefeitura ou para shows privados. Eu sou um cara que faço pouquíssimos shows de prefeitura e, quando a gente às vezes faz algum, a gente é massacrado como se fosse um bandido, como se fosse um ladrão que tivesse roubando dinheiro público. E não é assim, gente. Eu sou um trabalhador normal”, completou.
Após a polêmica, o show acabou sendo cancelado.