A influenciadora Karen Bachini, de 32 anos, revelou ser uma pessoa intersexo em vídeo publicado nessa terça-feira (21) nas redes sociais. Ela, que possui 4 milhões de seguidores no Youtube e Instagram, contou que não possui qualquer tipo de hormônio e que descobriu ser uma pessoa pseudo-hermafrodita-feminina. No entanto, há 20 anos, os médicos não souberam diagnosticá-la corretamente. Devido à falta dos hormônios, ela passou por um processo de hormonização feminina, que segue até os dias atuais.
“Eu sou uma pessoa que é pseudo-hermafrodita-feminina, onde eu tenho genitais e órgãos internos, mas não possuo qualquer tipo de hormônio”, explicou. Por seu ovário ser pequeno e não ter glândulas mamárias, Karen foi submetida a exames, mas os médicos não souberam diagnosticá-la. “Eu acho que eles nunca tinham pegado um caso como o meu”, comenta.
“Naquela época, foi dito que eu tinha menstruado em alguma parte da minha vida e entrei na menopausa. Só que eu sempre achei isso muito estranho, porque se eu tivesse menstruada eu saberia [...] Naquela época, eu não tinha vida sexual ativa, eu também não sabia nada”, comentou.
Ao ter o diagnóstico correto, Karen procurou a Associação Brasileira de Intersexos (Abrai) em busca de conhecimento e refletiu: “Como nós somos poucos e a causa não tem muita visibilidade, os profissionais acabam não pesquisando mais sobre isso”.
“Os termos em que caracterizam uma pessoa intersexo são: intersexo; diferenças do desenvolvimento do sexo; distúrbio de diferenciação sexual (DDS); genitália atípica e genitália ambígua. Mas, no cotidiano médico esses termos são raramente utilizados, o que predomina o termo hermafrodita e ou pseudo-hermafrodita”, acrescentou.
Conforme Karen, o pseudo-hermafroditismo-feminino e pseudo-hermafroditismo-masculino possuem várias características, como, por exemplo, o não desenvolvimento das genitálias devido a não produção ou baixa produção de hormônios.
“Eu só fui passar pela puberdade mesmo quando eu comecei o processo de hormonização. Recentemente, eu decidi parar com a hormonização feminina para ver o que ia acontecer com o meu corpo, mas aí fiquei com muita mudança de humor, muita espinha, não me sentia eu mesma todos os dias, eu sentia que faltava algo. Voltei com os hormônios femininos, também comecei a suplementar com testosterona. Aí, quando coloquei a testosterona, senti uma grande mudança no meu corpo. Comecei a me sentir mais viva, mais alegre, outra pessoa mesmo. Acho que quero continuar fazendo essa suplementação hormonal de ambos os gêneros por um bom tempo até eu tentar descobrir qual é a hormonização correta que eu quero fazer”, destacou.
“Quando parei de tomar hormônio os meus seios diminuíram, a minha pep*ca diminuiu. Ou seja, tornou-se uma vida mais desconfortável pra mim”, completou. Depois que soube que era intersexo, a influenciadora encontrou respostas para perguntas feitas no passado, incluindo até o gosto por brincadeiras que eram definidas como algo para “meninos”.
Veja o relato na íntegra: