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Oscar 2023: conheça os candidatos a melhor filme e veja os que mais têm a ver com você

Lista com 10 filmes inclui os sucessos de bilheteria ‘Avatar: O Caminho da Água’, ‘Top Gun: Maverick’ e ‘Elvis’

Oscar 2023 acontece neste domingo

A maior premiação de cinema do mundo, o Oscar, chega à 95ª edição neste domingo (12), a partir das 21h. Com uma seleção mais popular, que inclui sucessos de bilheteria como “Avatar: O Caminho da Água” e “Top Gun: Maverick”, a categoria mais esperada da noite é a de Melhor Filme.

Os títulos selecionados para a corrida pelas estatuetas foram divulgados no fim de janeiro pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Para a categoria que determina o filme do ano, dez produções fazem parte da seleta lista dos indicados.

Crítico e programador de cinema, o doutorando na Universidade da Beira Interior (Portugal), Daniel Oliveira, analisou os filmes selecionados pela Academia. Descubra qual dos candidatos a Melhor Filme do Oscar 2023 tem mais a ver com você!

Avatar: O Caminho da Água

Um dos lançamentos mais esperados do último ano, “Avatar: O Caminho da Água” segue o enredo do longa de 2009, também dirigido por James Cameron. A sequência demorou mais de 10 anos para ser filmada e, assim como o primeiro filme, foi sucesso absoluto de bilheteria, entrando para lista das cinco maiores da história do cinema. "É um roteiro, uma trama, muito simples. Ele usa essa máquina a hollywoodiana, super popular, para tentar passar uma mensagem sobre questões ambientais que [o diretor] considera muito importantes”, descreveu Oliveira.

Elvis

“Elvis se enquadra em uma tradição quase sempre presente no Oscar: a biografia de astros musicais”, explicou o crítico. Dirigido por Baz Luhrmann, responsável por “Moulin Rouge” e “Romeu + Julieta”, o filme exuberante revisita as origens do Rei do Rock. Protagonizado por Austin Butler, também indicado ao Oscar de Melhor Ator, o longa é um pedido perfeito para os apaixonados pelo Elvis Presley. “Tem todas as músicas, tem apresentações históricas encenadas e muitos fogos de artifício”, define Daniel Oliveira.

Entre Mulheres

Dirigido por Sarah Polley, o filme é uma adaptação do livro homônimo de Miriam Toews, baseado em uma história real. O longa foca em um encontro entre um grupo de mulheres de uma colônia isolada, vítimas de estupros pelos homens da comunidade. “Pode parecer um filme só para mulheres, mas na verdade também é muito importante para para que os homens assistam e participem dessa reflexão, sobre o mundo em que a gente quer viver”, explicou o crítico de cinema.

Nada de Novo no Front

Baseado em um livro alemão de 1929, o longa retrata a violência dos combates de trincheira na Primeira Guerra Mundial. Considerado um clássico antiguerra, a obra já foi adaptada ao cinema duas vezes, em 1930 - quando conquistou um Oscar - e em 1979. "É uma produção alemã, dirigida por um alemão, Edward Beger, e apresenta essa visão e comentário sobre a guerra a partir de um ponto de vista totalmente alemão. É um filme de guerra que não traz nada de muito novo para o gênero”, brinca Oliveira.

Os Banshees de Inisherin

Uma comédia de humor sombrio, o longa fala das consequências inesperadas do fim de uma amizade de longa data entre dois homens que vivem em uma ilha remota na costa oeste da Irlanda. "É um filme sobre como os conflitos começam, como as guerras começam. Sobre a origem da violência”, definiu o crítico. Todo o elenco principal, liderado por Colin Farrell, está indicado às categorias de atuação do Oscar. Os Banshees de Inisherin soma nove indicações na premiação.

Os Fabelmans

O filme é definido por Oliveira como “indispensável para quem gosta da história do cinema e do cinema de Steven Spielberg”. O longa autobiográfico ficcionaliza os anos formativos da vida do cineasta responsável por “A Lista de Schindler”, “E.T. O Extraterrestre” e, recentemente, o remake de “Amor, Sublime, Amor”. "É a vez do Spielberg de contar a história dele, da família dele, com aspectos muito pessoais, que influenciariam os próprios filmes dele”, explicou o especialista.

Tár

A premiadíssima Cate Blanchett, indicada neste ano à Melhor Atriz, vive a protagonista Lydia Tár, uma maestro respeitada que vive relações conflituosas de poder com as pessoas que vivem a seu redor. "É um estudo de de personagens sobre essa mulher cheia de contradições. Também sobre as relações de poder, sobre abuso, e a forma como essa essa protagonista utiliza o próprio poder para manipular as pessoas, a própria história dela, e como isso eventualmente descarrilha. É um filme bem provocador, que causa desconfortos interessantes”, analisa Oliveira.

Top Gun: Maverick

Sequência do filme Top Gun - Ases Indomáveis, de 1986, o filme é protagonizado por Tom Cruise, que volta ao papel de Pete “Maverick” Mitchell. "É aquele clássico blockbuster hollywoodiano. É uma trama quase boba, muito simples, mas executada com muita precisão. Foi muito bem recebido pela crítica, além de um sucesso estrondoso de bilheteria”, definiu Oliveira. O concorrente Steven Spielberg afirmou que o longa pode ter “pode ter salvado toda a indústria cinematográfica” por levar o público de volta às salas de cinema.

Triângulo da Tristeza

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2022, o longa sueco se passa em um cruzeiro frequentado por super-ricos. Depois que o navio afunda, os sobreviventes presos numa ilha deserta e precisam lutar pela própria sobrevivência. “Esse é um filme de sátira social bem escrachada. É uma crítica ao mundo dos ricos, dos realmente ricos, e a tendência ‘anti-ricos’. É uma indicação que faz a Academia parecer mais consciente politicamente, dos privilégios da riqueza”, explica o especialista.

Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Grande favorito para o Oscar de Melhor Filme, o longa é uma comédia surreal sobre uma família de imigrantes chineses nos Estados Unidos. “Ele tem aspectos meio absurdos e caóticos. O filme transita por multiversos e trata disso de uma forma muito mais coerente, interessante e emocionante do que os filmes da Marvel”, destaca Oliveira. O longa é protagonizado por Michelle Yeoh, candidata e também favorita ao prêmio de Melhor Atriz.

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.