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Médico que sobreviveu à ataque só não foi atingido mais vezes porque arma travou, diz polícia

Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, foi atingido por 14 tiros e teve 24 perfurações pelo corpo; médico passou por cirurgia e está estável

Daniel levou 14 tiros e ficou com 24 perfurações pelo corpo

O médico ortopedista Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, único sobrevivente do ataque a tiros em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, só não foi atingido mais vezes porque a arma do atirador teria travado. A informação foi revelada, nesta sexta-feira (6), por um investigador ao jornal Folha de São Paulo.

Daniel levou 14 tiros e ficou com 24 perfurações pelo corpo. Ainda na quinta-feira (5), ele passou por uma cirurgia de quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge. O médico foi atingido no tórax, intestino, pélvis, mão, pernas e pé. O ortopedista continua com uma bala alojada na escápula, próximo ao ombro. Ele está estável e foi transferido para um hospital particular.

Nesta sexta, Daniel gravou um vídeo tranquilizando os amigos e a família. “Pessoal, eu estou bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!”, disse ainda no hospital. As imagens foram veiculadas pela jornalista Lu Lacerda nas redes sociais.

O que se sabe sobre o crime?

O crime

Os médicos Perseu Ribeiro Almeida, Diego Ralf Bomfim e Marcos de Andrade Corsato foram mortos em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em frente ao Hotel Windsor, onde os médicos estavam hospedados para um congresso internacional de ortopedia. Além dos três, Daniel Sonnewend Proença foi baleado, mas sobreviveu. Todos chegaram ao Rio de São Paulo.

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Médico teria sido confundido

A polícia trabalha com a possibilidade de o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, ter sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, miliciano envolvido na guerra com traficantes pelo controle de regiões da Zona Oeste.

Crime teria sido motivado por vingança

Os criminosos queriam vingar morte de um parceiro chamado Paulo Aragão Furtado. Conhecido como Vin Diesel, ele teria sido assassinado por milicianos em 16 de setembro.

O verdadeiro alvo, o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, é filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste do Rio, conforme a TV Globo. Ele teria participado na execução de Vin Diesel.

O verdadeiro alvo mora próximo ao quiosque onde ocorreu o crime. Ele chegou a ser preso em uma operação em 2020. Agora, a polícia investiga se alguém viu o grupo sentado e informou aos autores, acreditando se tratar de Taillon. Nas imagens das câmeras de segurança, um dos atiradores aparece conferindo se Perseu está morto.

Áudio mostra suposta conversa de traficantes

A interceptação de um áudio atribuído pela Polícia Civil a traficantes é uma das pistas que reforçam a possibilidade de o ataque ter bandidos como autores do crime. Na gravação, obtida pela TV Globo, um homem avisa: “Acho que é Posto 2”, a mensagem é respondida, mas é impossível compreender.

A corporação diz que a voz é do traficante Juan Breno Malta, conhecido como o BMW, que é apontado como braço-direito de Philip Motta, o Lesk.

Suspeitos do crime são encontrados mortos

A Polícia Civil encontrou quatro corpos de traficantes suspeitos de executar os médicos. Um deles é de Lesk e outro é de BMW. A corporação acredita que os suspeitos tenham sido mortos após serem condenados pelo chamado ‘tribunal do tráfico’. Isso porque chefes de facções criminosas não teriam gostado da repercussão do caso, tendo em vista que uma das possibilidades é de que os médicos tenham sido mortos por engano.

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