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Multidão invade Expominas no primeiro dia da Semana Internacional do Café

Secretário de Agricultura disse que forma de tomar café mudou; por isso, é tão importante reunir toda as cadeias produtivas do grão num só lugar

Mariana Mesquita no estande da empresa Nude Leite de Aveia: "a SIC é um mundo de desoobertas e oportunidades"

Mariana Mesquita no estande da empresa Nude Leite de Aveia: “a SIC é um mundo de desoobertas e oportunidades”

Maria Teresa Leal/Itatiaia

Mal os portões foram abertos e uma multidão invadiu o Expominas, na Gameleira, em Belo Horizonte, para a abertura da 11ª Semana Internacional do Café (SIC), que acontece até 10 de novembro. O evento - o mais importante da cafeicultura nacional - atrai produtores, compradores, pesquisadores, profissionais do agro e estudantes de várias partes do Brasil e de outros países. Esse ano, representantes de sete nacionalidades diferentes estão confirmadas e a expectativa é que cerca de 30 mil pessoas participem das atividades nos três dias do evento.

A cerimônia de abertura oficial contou com a presença do secretário municipal de desenvolvimento econômico, Fernando Campos Motta, representando o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman; o secretário de agricultura e pecuária Thales Fernandes; o presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo; o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato e do diretor de Planejamento do evento, Caio Fontes. A SIC é uma realização do Sebrae Minas, do Sistema Faemg Senar e da Expresso Co.

Caio lembrou que o tema desse ano “Origens Produtoras - Uma Visão de Futuro para Uma Nova Cadeia do Café” irá permear todas as atividades da feira, como workshops e provas de cupping com o objetivo de mostrar para o público a relevância das Certificações de Origem.

Segundo ele, o consumidor cada vez mais quer saber como é feito o café e em que condições de sustentabilidade e padrões de qualidade, criando uma nova cadeia produtiva em torno do grão. ”Convido a todos para curtirem muito esse evento, fazerem bons negócios e experimentarem bons cafés”.

Da esquerda para a direita: Bruno Lucchi, diretor da CNA; Ronaldo Scucato, presidente da Ocemg, secretário Thales Fernandes, Antônio de Salvo, presidente da Faemg, Marcelo Souza e Silva, presidente do Sebrae Mians e Caio Fontes, diretor da Expresso Co

Marketing é desafio

Scucato lembrou como a SIC foi engendrada em 2013 durante uma conversa informal, em Boston (EUA) entre representantes de cooperativas mineiras e disse que o evento é, essencialmente, para os 90 mil cafeicultores mineiros, que “nem sempre são valorizados e apoiados como deveriam ser”.

O presidente do Sebrae Minas, Marcelo Souza e Silva, lamentou a ausência do governador Romeu Zema - que se encontra na China em missão internacional - e disse que se ele estivesse no Brasil, certamente, estaria ali porque adora café e é um governante que tem um olhar diferenciado para o agro.

Antônio de Salvo disse que a cafeicultura mineira e brasileira, como um todo, tem alguns desafios e que, talvez, o maior deles seja o marketing e o comércio. “Todas as vezes que estive na Colômbia me senti inundado pelo marketing dos cafés produzidos por eles. Sei que temos cafés tão bons quanto ou até melhores, mas precisamos comunicar melhor isso”, refletiu.

Thales Fernandes disse que a SIC cada vez consolida mais a importância do café que é “um produto de fases”. “Antes, a preocupação era ter volume de produção. Agora, chegou-se à era da qualidade”.

Foco na qualidade

“Os primeiros ciclos do café tinham foco no aumento do volume de produção. Os produtores estavam preocupados em controle sanitário, em fazer adensamento na irrigação, produzir mais e mais. Isso passou, a poeira assentou e agora estamos trabalhando no segundo ciclo que tem foco na qualidade do café. Temos cada vez cafés com pontuações mais altas, indicações geográficas e denominações de origem”, apontou Fernandes.

O secretário também lembrou que as pessoas mudaram a forma de consumir café. Não consomem mais a bebida em casa, apenas. Vão a cafeterias, querem café em cápsulas, cafés especiais e etc. “Não é mais simplesmente aquele café que você tomava de manhã lá e saia pra trabalhar. Ele tem outras agregações de valor e isso é fundamental e determinante para a diversificação da produção. E é por isso que stamos aqui nessa feira, exatamente para podermos trabalhar cada vez mais nisso, lidarmos com os desafios que temos, as inovações e a questão da sustentabilidade que é a pauta do momento”.

A SIC acontece até sexta-feira (10). Para mais informações, acesse: www.semanainternacionaldocafe.com.br

Júlia Henriques, barista da Três Corações: "Vem pra cá"
Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.



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