Os números apresentados pelo governo no lançamento do Plano Safra deixaram os produtores rurais, em sua maioria, satisfeitos, mesmo sem mostrar grandes novidades nas taxas de juros em relação ao ano passado.
O volume em dinheiro vai ultrapassar a 400 bilhões de reais, porque nessa quarta-feira o governo deve injetar pelo menos mais 70 bilhões na agricultura familiar.
Na sexta-feira passada, destaquei no espaço dessa coluna e no Jornal da Itatiaia que os juros em torno de 2 e 3% menos que ano passado estavam em choque com os interesses das autoridades do agro e o ministério da fazenda. O Ministro Fernando Haddad não conseguia equacionar a questão.
Há de se ressaltar que mesmo os juros tendo pouca diferença, a menos, em relação aos números de 2022, percebe-se que uma pequena vantagem está estabelecida porque ano passado a taxa selic era de 12,75% e hoje é de 13,75%.
Alguns pontos do Plano Safra não ficaram bem esclarecido sobre quem poderá usá-los para conseguir juros menores.
O CAR - Cadastro Ambiental Rural - foi instituído em 2012 no governo Lula, e de lá pra cá não teve muitos avanços. Hoje somente 20% dos produtores estão com o CAR em dia, e, logicamente são aqueles que menos precisam de juros baixos.
E como o produtor vai provar ao buscar o financiamento que ele trabalha de forma sustentável? Até hoje, não há prova física que a pessoa carregue no bolso.
A palavra do produtor terá fé pública, ficando a disposição de uma rara fiscalização posterior?
Plano Safra verde
Entre as autoridades que discursaram no evento, foi unânime na voz de todas que o Brasil é altamente sustentável, um dos líderes em energia limpa e que temos plenas condições de assumir a ponta da agropecuária mundial em curto espaço de tempo.
A Ministra do Meio ambiente Marina Silva afirmou que somente 2% dos produtores desobedecem as leis ambientais, bem ao contrario do que ela disse em Davos na Suica e na COP do Egito.
O presidente Lula destacou que em breve o Brasil vai assumir a ponta do agronegócio mundial, o que é um caminho lógico!Além de criticar as taxas de juros do Banco Central, falou também sobre sobre as barreiras impostas pela Comunidade Europeia ao agronegócio brasileiro e por extensão ao acordo com a Mercosul.