Se o governo federal tinha como se desculpar pela ausência de pelo menos um representante na Agrishow, que será aberta na segunda-feira em Ribeirão Preto, a ausência em Uberaba não há como se explicar.
Toda a diretoria da ABCZ, inclusive seu presidente Gabriel Garcia Cid, esteve em Brasília levando o convite pessoal ao vice Geraldo Alckmin e ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Como todos sabem, o presidente Lula está na Espanha. Somente dois presidentes estiveram ausentes da abertura da Expozebu em 88 anos, Eurico Gaspar Dutra e Jânio Quadros.
A questão da ausência na Agrishow já foi amplamente falada durante as últimas horas e não tiro o direito do ministro Fávaro se sentir colocado de lado, ainda mais com as presenças do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio Freitas.
O presidente da Agrishow Francisco Maturro, tendo derrapado ou não ao convidar por telefone o ministro Fávaro, sempre demonstrou ser uma pessoa equilibrada, que nunca altera sua fala e mantém o mesmo nível de tratamento entre os diversos grupos de pessoas.
Porém, o ministro sentiu que estava sendo preterido ao receber a sugestão de uma outra data, que não fosse a abertura, para sua visita a Agrishow. Até aí, tudo bem! Muito provavelmente outras autoridades se sentiriam em situação idêntica.
Também não discuto se está errado ou não a ida do ministro ao terceiro mais importante evento de agrotecnologia do mundo, o maior da América Latina. As condições para ele realmente não eram favoráveis.
Só que percebo fatos mais importantes complicando o comportamento de outras autoridades. Vem o ministro Márcio França, dos Portos e Aeroportos e coloca em seu twitter que o governo “deveria boicotar a feira”
Logo em seguida, a presidente do Banco do Brasil que ainda sobrevive por causa do crescimento do agro, e, em solidariedade a Fávaro, aborta sua viagem a Ribeiro Preto e não que ir mais a feira.
É nessa hora, que vejo o comportamento de alguns membros importantes do governo federal saindo de controle. Afinal de contas o Banco do Brasil está na Agrishow para prestar favores a quem a direção escolher ou está na feira para captar negócios, competir com os demais bancos fomentando o agro e faturando em cima de cada contrato?
A mesma pergunta fica no ar quando ouço que o patrocínio do governo federal foi retirado.
Peraí! O valor do patrocínio foi para atender alguém de interesse do governo ou foi negociado porque a feira projeta o nome do país, da instituição BB, fomenta o agronegócio que participa ativamente do crescimento do país?
Por isso, gosto muito de acompanhar as audiências e entrevistas do presidente do Banco Central, Roberto Campos, sem dizer se ele está indo certo ou não com a selic a 13,75%.
Ele sempre se coloca com a postura de um profissional que hoje ocupa um cargo de alto escalão do país, permanentemente bombardeado pelo presidente Lula e alguns ministros, sem nunca debochar ou tripudiar em cima do desconhecimento de alguns.
Aí vão me dizer que o Campos Neto pode se comportar assim porque não pode ser demitido pelo presidente.
Talvez, seja esse o motivo que me faça compreender a decisão da presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros e de alguns ministros.
O BB, que poucos anos atrás passou por momentos difíceis com inúmeras “demissões voluntárias”, se recuperando com o crescimento do agronegócio não pode se distrair, porque os bancos cooperativos, todos se originando de gente do agro, estão em franco crescimento.
Já existe banco cooperativo chegando a 200 agências!
Nota
Quero agradecer ao jornalista Fabiano Hued, da nossa parceira Sete Colinas de Uberaba, sempre colaborando com suas informações especialmente sobre essa feira fantástica que é a Expozebu