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Invasores de terras destacam crianças como escudos em conflitos

Frente Nacional de Luta Campo e Cidade invade fazenda no fim de semana, tranca a porteira e coloca crianças como escudos

O grupo FNL reinvidica a invasão de dez fazendas na região de Presidente Prudente, interior de SP

Onde está a lei? O que é errado e o que certo?

O Brasil se dividiu em 2 blocos e estamos partindo para o salve-se quem puder? Cada um para si e Deus para todos, ou, voltaremos aos velhos tempos colocando claramente em uso da lei do mais forte?

As invasões de terras que foram registrados principalmente nesse fim de semana deixam os produtores rurais a cada dia mais tensos. Esse ano já houve varias entradas em fazendas com terras produtivas. E mesmo que não fossem produtivas deveriam ser requisitadas judicialmente para ocupação de grupos organizados.

Está instituído o Carnaval Vermelho pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade que confirma a continuidade dos desfiles nas passarelas rurais. E justiça seja feita ao governador de São Paulo Tarcísio de Freitas que desde a primeira invasão no interior paulista, tem buscado soluço para os casos.

A invasão é livre e democrática, mas a retirada dos invasores só pode ser feita com decisão judicial? Trata-se de um abuso sem precedentes o que levará, como em outras ocasiões, ao confronto entre invasores e produtores sem limites de consequências. Evidente, que alguns invasores vão ganhar a parada, mas saibam que muitos proprietários também vão ganhar a qualquer custo. O saldo ou déficit se vê depois!

Outro detalhe importante que vemos em vídeos e fotos é a participação das crianças servindo de escudos pelos grupos organizados como a foto acima da FNL. Onde está o estatuto do menor e adolescente? Essa e outras fotos demonstram claramente a intenção dos adultos invasores! Qualquer acidente com uma criança trará contra o agronegócio uma repercussão altamente negativa no âmbito internacional.

Porque o STF não intervém em atos como esses? Onde estão os órgãos que não podem ver eventos com grandes públicos para estabelecerem normas de proteção às crianças? Vide o futebol, carnaval, grandes shows musicais! Ainda são as crianças o futuro de nosso Brasil? Ou a regra mudou e eu não estou sabendo? Observem na foto como as crianças são posicionadas de forma estratégica num local onde o confronto é iminente

As invasões de terras produtivas, principalmente no interior de São Paulo, tem preocupado muito o setor do agronegócio e outros setores que trabalham com responsabilidade pelo país. A maioria radical não entende a complexidade do agro que gera impostos, dividendos e milhões de empregos para o Brasil.

As discussões são muito superficiais se resumindo ao “veneno” jogado na comida do povo, desmatamento e emissão de gases de efeito estufa. A propaganda em massa é feita em cima desses pilares o que facilita absorção por parte daqueles que não têm o mínimo de conhecimento técnico.

E nem todos os brasileiros tem o dever de saber tecnicamente como atua a cadeia do agro. Há muitos profissionais competentes em outras áreas, que sem conhecerem o agora, contribuem para o crescimento do Brasil.

A responsabilidade da formação cultural de um povo são as informações tecnicamente corretas, ainda mais quando está envolvido o principal produto consumido por mulheres, homens e crianças que são os alimentos. Porém, chega-se à conclusão que fake news está livre para combater o agro. Nenhuma autoridade do executivo ou judiciário se manifesta.

O agronegócio está se transformando em ódio para uma pequena parte da população e o grupo radical vai crescendo. Pena que pouquíssimas pessoas sabem que existe a Agrishow em Ribeirão Preto, uma das maiores do mundo, onde se vê o comércio de máquinas agrícolas de até 10 milhões de reais. São “computadores” de alta geração que andam no meio do mato, via satélite. O agropecuarista não é tão caipira como pensam alguns!

Basta ver os parques industriais onde se fabricam máquinas, caminhões, insumos e as centenas de equipamentos que envolvem a agricultura e a pecuária? Fábrica de roupas, sapatos, produtos de beleza, vem do campo! Infelizmente, não há espaço para apontar todos os derivados do agro.

E os laboratórios farmacêuticos? A poucos dias vi o ex-ministro da Defesa Civil e também dos Esportes Aldo Rebelo, lembrando que só de vacina contra febre aftosa são fabricados quase 500 milhões de unidades por ano aqui no Brasil. Aos poucos a febre aftosa vai sendo erradicada, inclusive em Minas Gerais

Os órgãos que lideram o agronegócio no país estão atentos a esses atos de vandalismos contra os produtores rurais, que também estão se organizando para se defenderem. Varias entidades repudiaram através de notas essas invasões.

- SRB - Sociedade Rural Brasileira, que pede uma resposta à rápida do Governo Federal.

- Aprosoja-SP

- ABCZ - Associação Brasileira de Criadores de Zebu

- FPA - Frente Parlamentar da Agropecuária com cerca de 250 deputados na Câmara Federal.

Resposta da Faemg

Também a Faemg, que representa os agropecuaristas de Minas Gerais, também se manifestou em nota oficial assinada pelo seu presidente Antônio Pitangui de Salvo, com os seguintes dizeres:

“A Faemg desaprova ilegalidades no setor do agro e se manifesta a favor da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que já ordenou a desocupação das terras invadidas.”

Resposta do Incra

“O Incra atua na implementação da política de reforma agrária e realiza o ordenamento fundiário nacional. Atuação da autarquia nessa missão e nas ações sob sua responsabilidade é baseada na legislação vigente e no ordenamento jurídico”.

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.