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Novo Raposão: mais uma medida impopular da SAF do Cruzeiro

Torcedores do clube celeste não aprovaram a nova versão do mascote do clube.

Novo visual do Raposão e do Raposinho

No aniversário de 20 anos do Raposão, um dos grandes símbolos do Cruzeiro, Ronaldo e sua equipe apresentaram uma versão reformulada do mascote. Entretanto, o novo visual não agradou a torcida celeste, que foi até o centro de treinamento protestar, pedindo o antigo Raposão de volta. A revolta, a meu ver, é legítima.

A história envolvendo o mascote do clube é só mais uma medida impopular adotada pela nova gestão, capitaneada por Ronaldo.

A primeira delas veio ainda no ano passado, meses depois da venda da SAF: a saída de Fábio. Um dos maiores nomes da história celeste, o goleiro não teve o seu contrato renovado depois de 17 anos. A decisão foi criticada, não só pela representatividade de Fábio na história do Cruzeiro, mas pelo seu respaldo técnico dentro de campo.

A medida tomada pela nova direção, no entanto, tinha uma justificativa plausível: o lado econômico.

Ronaldo assumiu o clube em meio a pior crise da sua história, com dívidas milionárias e pouquíssimo recurso em caixa. Era fundamental, portanto, diminuir a folha salarial. Por isso, por mais triste que tenha sido a saída de Fabio, ela foi necessária. Com o passar do tempo, a torcida entendeu isso. O que no início foi criticado, depois passou a ser apoiado por muitos.

Outra atitude que desagradou grande parte da torcida foi a mudança de “casa” do Cruzeiro para a temporada 2023. O Mineirão, de grandes feitos e conquistas, foi deixado para trás. Hoje, o time alterna seus jogos como mandante na Arena Independência ou em praças longe de BH.

Além da perda desportiva, a saída do Mineirão afastou muitos torcedores. A justificativa para a mudança também tem relação com o lado financeiro, já que a direção cruzeirense considera abusivo o contrato atual com a Minas Arena, gestora do estádio. Mais uma vez o torcedor teve que aceitar algo a seu contragosto. Seja em Sete Lagoas ou Brasília, o cruzeirense foi apoiar o time e fazer a sua parte.

Aí vem a mudança do Raposão. O novo visual, a meu ver, ficou pior que o antigo. A questão estética, obviamente, depende de cada pessoa – há quem tenha gostado. Mas a minha crítica não se baseia nisso, mas sim, no impacto simbólico do novo mascote.

Se Ronaldo e sua equipe entendiam a reformulação como necessária, porque não consultar o torcedor antes? E mais, realmente faz sentido alterar algo que já está tão enraizado na história do clube. Para mim, não.

Talvez o Cruzeiro quisesse modernizar, trazer um Raposão menos “sisudo”, mais infantilizado e, assim, poder explorar melhor o personagem do ponto de vista comercial. Mas precisava de uma mudança tão radical?

Diversos casos de reformulação de marca nos mostram que é possível modernizar algo sem agredir a sua essência. E não foi isso que aconteceu com o Raposão.

A mudança, na verdade, fez com que se perdesse o simbolismo e a identificação que a torcida tinha com o mascote. O novo Raposão não traz nenhum tipo de representatividade. Não criou nenhum vínculo afetivo com o público.

A impressão que me passa, especialmente nos casos envolvendo o Mineirão e o Raposão, é que Ronaldo e sua equipe não conhecem a fundo a história do Cruzeiro. Não entenderam o que cada símbolo representa para a torcida. Estão afastando o torcedor do clube que, cada vez mais, não se reconhece nesse “novo” Cruzeiro.

A discussão não é estética. É simbólica. É afetiva. Espero que direção celeste também perceba isso. Ainda dá tempo de consertar o erro!

E sobre as decisões impopulares, se elas de alguma forma trouxerem benefícios para o clube, tenho certeza que o torcedor sempre vai apoiar. O caso do Fábio, por exemplo, no final das contas foi compreendido. Mas e sobre o Raposão? Será que algum dia o novo visual será aceito? Veremos!

Nathália Fiuza é comentarista da Rádio Itatiaia e escreve diariamente aqui.

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