Influencer denuncia racismo em boate no Centro de BH: ‘Se fosse escravo, seria caríssimo’

Douglas Ferreira de Paula publicou o relato nas redes sociais; suspeito foi liberado ‘por não haver fundamentos que ratificassem a ratificação da prisão’, informou a PC

Denuncia foi publicada nas redes sociais

O influenciador Douglas Ferreira de Paula denunciou ter sido vítima de racismo em uma boate no Centro de Belo Horizonte nesse domingo (1º). Segundo ele, um homem se aproximou dele e disse: ‘Você tem o sorriso bonito, se você fosse escravo, você seria caríssimo”. O caso foi compartilhado nas redes sociais.

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“Enquanto eu prestigiava a festa de um amigo no Mira BH, um dia após o fim de novembro — mês da Consciência Negra — fui alvo de um ato racista que ainda ecoa em minha mente. Um homem se aproximou de mim e disse: ‘Seu sorriso é lindo. Se fosse na época da escravidão, você seria um escravo caríssimo’”, começou o relato nas redes sociais.

Segundo ele, mesmo após a apresentação de seis testemunhas, a polícia concluiu que não havia provas suficientes para justificar a prisão em flagrante do agressor.

“Infelizmente, o racista foi liberado, mas não pouparei esforços para que ele seja responsabilizado pelo crime que cometeu e admitiu”, escreveu.

Ele analisou como o episódio expõe como a violência racista persiste e como, muitas vezes, a justiça parece negligenciar situações graves. Ele disse que se se sentiu vulnerável, triste e humilhado. “Essas palavras não saem da minha cabeça”, escreveu.

Ele encorajou a denúncia. "É crucial ir até o fim para que cada pessoa racista pague pelos seus atos de acordo com a lei”, finalizou.

Polícia se pronuncia

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que o suspeito, de 27 anos, foi conduzido e ouvido por meio da Central Estadual do Plantão Digital.

“Após os procedimentos de polícia judiciária, ele foi liberado, por não haver fundamentos que ratificassem a ratificação da prisão em flagrante e ele segue sendo investigado”, disse por meio de nota. A PCMG esclarece que trabalhos investigativos serão realizados para completa elucidação do caso.

Boate emite nota

O Mira BH emitiu uma nota lamentando o caso. Veja

"É com tristeza e indignação que viemos a público nos posicionar sobre o caso de injúria racial ocorrido no último sábado entre dois clientes (vítima e agressor), em nosso espaço.
O Mira repudia, com veemência, qualquer tipo de preconceito e discriminação. Não compactuamos, sob nenhuma circunstância, com atitudes racistas ou excludentes. Nosso espaço é, e sempre será, um local para celebrar a diversidade, a inclusão e a convivência respeitosa entre todas as pessoas.
Estamos em contato direto com a vítima desde o primeiro momento e atuando no sentido dar suporte e colaborar para apuração dos fatos, que já foram devidamente encaminhados à polícia.
Ressaltamos, também, que o responsável pela casa, por iniciativa própria, acompanhou pessoalmente os envolvidos até a manhã de domingo, quando dada liberação dos mesmos e prestou seu próprio testemunho dos fatos à polícia.
Reforçamos que No Mira, não há lugar para racistas. Nossas portas estão abertas apenas para quem compartilha e vive os princípios de respeito mútuo e empatia.
Seguiremos sempre trabalhando e nos capacitando com compromisso de garantir um espaço que seja seguro, acolhedor e alinhado aos valores que acreditamos e defendemos.
Que a dedicação e a coragem daqueles que, hoje, se expõem e lutam por seus direitos inspirem mudanças, para que no futuro breve, situações como essa sejam cada vez mais raras.’'


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