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Mulher é presa por injúria racial contra casal negro em MG e alega ‘surto psicótico’

Suspeita, de 53 anos, disse às vítimas que ‘bairro da Zona Sul não é lugar de macaco preto que come lixo morar'; ocorrência foi registrada em Juiz de Fora, na Zona da Mata

Uma mulher de 53 anos foi presa na noite do último domingo (14) suspeita de cometer o crime de injúria racial contra um casal negro em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. A autora, que mora em um bairro de classe média da cidade, disse que ‘bairro da Zona Sul não é lugar de macaco preto que come lixo morar’. Uma das vítimas é um homem que trabalha como catador de recicláveis e vendedor ambulante.

Os xingamentos eram direcionados a Felipe de Souza Alves, de 26 anos, e a esposa, Fernanda da Silva Santos, de 24 anos. Eles começaram a ser alvo da mulher logo após mudarem para um apartamento no bairro Bom Pastor, há cerca de duas semanas.

‘Tudo relacionado ao negro era mal visto por essa senhora. O gosto musical, as características, nossas profissões. Fomos muitos constrangidos. Ela chamava a gente de vagabundo e a minha esposa de piranha. Me chama de negro macaco e falava que tinha macaco no andar de baixo’, disse Felipe à Itatiaia.

Felipe conta ainda que os pais dele, que também moraram no mesmo imóvel pouco antes, também sofreram os mesmos tipos de insultos por parte da mulher: ‘somos trabalhadores honestos, catadores de material reciclável, e ela a todo momento nos insultava em cima disso, nos chamando de filho do catador de lixo e catadora de lixo’.

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Possível embriaguez

De acordo com o boletim de ocorrência, as vítimas acionaram a Polícia Militar e relataram o que a vizinha do apartamento gritou contra eles, chamando-os de ‘macacos’ e também que o apartamento ‘não é lugar de preto morar’, entre outros insultos. Os policiais foram até o apartamento da mulher, e ouviram do marido dela que a suspeita estava tendo um surto psicótico por conta de vizinhos que ouviram música alta durante todo o dia.

Mesmo com a presença dos militares, a mulher continuou exaltada e repetindo os mesmos dizeres. Os policiais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e um dos profissionais relatou ter sentido hálito etílico e notado outros sinais de embriaguez. Ao ser questionada, a mulher disse que fez uso de medicamento controlado misturado com bebida alcoólica.

A mulher foi presa em flagrante por injúria racial e, mesmo ao chegar na delegacia, continuou exaltada. A suspeita segue presa na Penitenciária José Edson Cavalieri, em Juiz de Fora.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
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