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Sargento morto em BH: MP pediu em abril revogação de condicional, e Justiça ainda não respondeu

Conforme apuração da Itatiaia, a Justiça não respondeu ao pedido, feito em abril de 2023, e Geovanni Faria de Carvalho, comparsa de Welbert, teve benefício mantido

Sargento da PM foi baleado durante perseguição a criminosos no bairro Novo Aarão Reis

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu à Vara de Execuções Criminais da comarca de Ribeirão das Neves a revogação do regime de prisão condicional de Geovanni Faria de Carvalho, 34 anos, comparsa de Welbert de Souza, 25, que atirou e matou o sargento Polícia Militar (PM) Roger Dias da Cunha.

A reportagem da Itatiaia teve acesso ao documento, encaminhado pelo MP no 10 de abril de 2023 e até hoje sem resposta (Veja abaixo).

Conforme apurada da Itatiaia, a Justiça não respondeu o pedido e o criminoso continuou com o benefício.

Um dos motivos que levaram o MP a solicitar a revogação da condicional foi o envolvimento de Geovanni em uma troca de tiros com policiais militares, além do uso de drogas. O criminoso tem passagens por dois homicídios, tráfico de drogas, duas por ameaça, três por roubo, furto, consumo de drogas e agressão.

MP fez o pedido na justiça em 10 de abril; até hoje não houve resposta

Sem resposta

A reportagem procurou o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e aguarda resposta.

Assassinato

O sargento Dias foi baleado na cabeça pelo criminoso Welbert de Souza, na sexta-feira (5), durante uma perseguição no bairro Novo Aarão Reis, região Norte em Belo Horizonte. O autor estava foragido após ser beneficiado pela ‘saidinha de Natal’. Criminoso

O militar passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII - uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria.

Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.

A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.

A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) emitiu, neste domingo (7), comunicado em que disse ser “lamentável” vincular o ataque a tiros ao policial militar Roger Dias da Cunha à decisão que concedeu o benefício da saída temporária ao suspeito do crime. Segundo a entidade, o caso reflete problemas como a desigualdade social e a existência de uma sociedade “cada vez mais violenta”. Leia a nota na íntegra.

Prisão mantida

Nesse domingo (7), Welbert de Souza Fagundes e outro suspeito de participação no crime, Geovanni Faria de Carvalho, de 34, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva, após a realização de audiência de custódia no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Repórter policial e investigativo, apresentador do Itatiaia Patrulha.