A jovem de 22 anos que foi
Inicialmente, a Polícia Civil indiciou o motorista apenas por omissão de socorro. Mas, o Ministério Público entendeu que ao abandonar a jovem na calçada de casa, Wemberson contribuiu para que o estupro acontecesse. A partir desse entendimento, o MP denunciou o motorista também pelo crime de estupro.
Apesar de a Justiça planejar ouvir o acusado e outros indiciados no fim do processo, o advogado de Wemberson compareceu ao Fórum Lafayette, na região Centro-Sul da capital, nesta quarta. Em entrevista à Itatiaia, Túlio Viana questionou a denúncia do MP. “Eu só posso dizer que me assusta muito uma denúncia por omissão. Todo mundo sabe que estupro é um crime que um indivíduo pratica contra uma mulher. É uma das agressões mais graves que existem. Se a pessoa simplesmente deixar de fazer algo, se omitir, cruzar um braço, isso não é estupro, nunca foi estupro”, defendeu.
Túlio Viana atribui a denúncia à repercussão do caso na mídia. “Temos aí uma repercussão midiática em torno do caso, mas [a denúncia por estupro] é uma novidade que foi criada para esse caso. É uma situação que existiria outras possibilidades de crimes menos graves, mas quiseram denunciar por estupro porque cria um fato até político, um fato jurídico novo e que tem muito mais repercussão”, opinou.
Para o advogado, o crime de estupro por omissão existe, mas não pode ser aplicado neste caso. “Existe no caso de, por exemplo, uma mãe que vê o pai estuprando a filha e não faz nada. Ela está presente, assistindo a violência e se omite. Isso sim é um estupro por omissão. Mas um estupro por omissão de alguém que nem estava presente no momento do estupro não existe”, afirmou.
Relembre o caso
A jovem de 22 anos foi estuprada após voltar de um show de pagode no Mineirão, no dia 30 de julho, e ser deixada na calçada pelo motorista de aplicativo que atendeu a corrida. Imagens de câmeras de segurança mostram o motorista de app tocando no apartamento mais de uma vez. Sem resposta, ele e um motociclista que passava pela rua deixaram a jovem na calçada. Pouco tempo depois, um homem passa e leva a vítima nas costas até um campo onde ela foi estuprada por cerca de 3 horas. O
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG)
Relembre a linha do tempo do crime
2h46: a vítima embarca no carro de aplicativo, desacompanhada, em direção à sua residência. O trajeto da corrida foi compartilhado com o irmão da vítima jovem;
3h: o veículo de transporte por aplicativo estaciona em frente à casa da vítima. O condutor desce do carro e tenta usar o interfone do prédio. Aparentemente, ele tenta realizar ligações;
3h10: o motorista chama um indivíduo que passava pela rua, os dois retiram a vítima desmaiada do banco de trás e a deitam na calçada. Depois disso, o motorista tenta chamar alguém pelo interfone;
3h17: o motorista deixa a jovem sozinha e segue caminho;
3h22: um homem de estatura mediana, trajando bermuda jeans clara, blusa escura se aproxima da vítima;
3h24: ele coloca a mulher em seu ombro, carregando-a sentido à rua Garças, seguindo para o campo de futebol Grêmio Mineiro;
7h07: o suspeito deixa o local sozinho.