Uma mulher de 27 anos foi presa nesta segunda-feira (16) suspeita de se passar por um homem para manter relações sexuais com pelo menos sete outras mulheres em Belo Horizonte. A investigada criou perfis nas redes sociais e em aplicativos de namoro em nome de ‘Rafael Correa Moraes’, que seria um cirurgião plástico bem sucedido.
Segundo o inquérito, que ainda está em andamento, ela conversava com as vítimas por cerca de três meses e marcava encontros em hotéis, onde criava uma desculpa para as vítimas não acenderem as luzes e mantinha relações sexuais usando um pênis de borracha.
De acordo com Larissa Mascotte, delegada da Delegacia Especializada ao Combate à Violência Sexual de Belo Horizonte, a investigada é designer gráfica e fazia montagens com o rosto de um homem, criava documentos falsos, fotos de família e até chamas de vídeo.
O rapaz que ela usava as imagens é um político do estado do Espírito Santo, foi ouvido e alegou à Polícia Civil que se sentiu vitimado pois teve sua imagem utilizada para a prática dos crimes. Inclusive relatou que mulheres de diferentes estados o procuraram pra relatar que foram vítimas do golpe.
Reincidência
Ela foi indiciada duas vezes no estado de São Paulo pelo mesmo crime, onde se passava pelo codinome ‘João’ para entrar em contato com as vítimas. Ainda conforme a doutora, ela chegou a pedir dinheiro e presentes, mas seu principal objetivo era de manter as relações sexuais.
A investigada foi interrogada nesta segunda-feira (16) e confessou os crimes. Ela pode responder por violação sexual mediante fraude.
Defesa
A advogada de seis das sete vítimas que procuraram a polícia, Camilia Mendes, explica diversas mulheres estão fragilizadas, inclusive com quadros de depressão agravado, e que é essencial que outras pessoas procurem a polícia para conseguir comprovar a autoria nos crimes. “Elas tiveram muita dificuldade de vir acredito que por muito medo, vergonha, porque são todas mulheres muito bonitas, com uma profissão a zelar, bem sucedidas, numa faixa etária de 30 anos. A gente acredita que é um crime que causa envergonhamento”, relata.
Camila relata que ainda há muitas vítimas a serem descobertas e que recebeu contato de mulheres do estado de São Paulo e do Piauí.
"É importante que outras vítimas que não foram representadas vão a delegacia mais próxima, registre o boletim de ocorrência para podermos chegar a elas e dar todo amparo. Acredito que com mais vítimas a gente consiga comprovar a autoria dos crimes”, completa.