Parte da cirurgias e também dos leitos no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi desativado devido à greve dos técnicos administrativos do hospital. Até agora a greve afetou salas de cirurgias, redução de 50% dos agendamentos de procedimentos em urologia, além da redução de 40% dos atendimentos de fototerapia e da cirurgias dermatológicas.
Outros setores afetados foram o de agendamento de exames de medicina nuclear e de ressonância magnética. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), a greve é um pedido de melhores condições de trabalho e a retomada do plantão 12 por 60. A coordenadora geral, Maristela de Oliveira Costa, fala que o movimento foi a ‘gota d'água’.
“Então a greve foi a gota d'água por um desejo de melhores condições de trabalho. O Hospital das Clínicas desde 2014 tem a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e desde então muitos conflitos surgiram, no ambiente de trabalho, a sede, falta de insumos, falta de reposição de recursos humanos e conflitos também por diferenças direitos trabalhistas. Além disso muitos direitos, por exemplo o plantão que a gente fazia, de uma jornada mensal exercida no país inteiro, foi retirado da gente em 2020", relata.
Magno, de 42 anos, servidor do hospital, relatou que a situação do dia-a-dia é muito exaustiva, e que as condições de trabalho só pioram com o passar dos anos.
“O pedido Inicial é retomada da carga horária de 12 por 60, principalmente para o servidor que trabalha à noite. Tivemos a opção de fazer seis horas à noite, que seria de 19h às 1h ou de 1h às 7h. No meu caso, que moro na cidade de Caeté, foi inviável, não teria como eu sair daqui 1h porque não tem transporte público, muito menos chegar aqui nesse horário”, completa.
Em nota o Hospital das Clínicas confirmou os setores afetados com constantes superlotações. Segundo eles, a direção do Hospital da UFMG está em diálogo com o sindicato que realiza o movimento com o objetivo de buscar soluções que minimizem os impactos da greve que não tem previsão de término.