Nove pessoas reconhecidas como vítimas de intoxicação pela cerveja Belorizontina foram reconhecidas no
Aline Valadão de Oliveira e Eliane Faria protestaram durante a coletiva de imprensa realizada nesta sexta. O marido de Eliane, José Osvaldo de Faria, morreu após ficar um ano e cinco meses internado. Já Vanderlei de Paula Oliveira, marido de Aline Valadão, sobreviveu a contaminação, mas com várias sequelas.
O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Fernando Abreu, esclareceu que as vítimas que não foram contempladas no acordo podem entrar com ações individuais, mas Eliane afirma que desistiu e não tem mais paciência para lidar com o assunto.
“O próprio MP já encerrou, eu vou recorrer pra quê? Todo aniversário do Caso Backer eu estou lá, chorando, dando entrevista, revivendo. Vocês sabem o que é ficar cego, sangrar pelo olho, pelo nariz, pela boca, por um ano e meio, sentindo dor, dentro de um box, sem poder mexer? Não é justo. Não falo nada das outras vítimas, de maneira alguma, mas ninguém sofreu mais do que ele”, lamenta Eliane.
Ela conta que uma das vítimas da Belorizontina ficou internada no leito ao lado, com os mesmos sintomas, e sobreviveu. Ela afirma que o paciente “foi tratado pela experiência do meu marido”.
“Marco temporal”
A pedagoga Aline Valadão, esposa de Vanderlei, conta que a família dela e de Eliane estavam contempladas inicialmente nas
“Agora é muito simples dizer ‘corram atrás individualmente’. A gente sabe que isso tira força e responsabilidade dos verdadeiros vilões. A cada vez que meu marido sai para fazer uma perícia, nós revivemos um sofrimento.”
As duas famílias afirmam que possuem relatórios de perícias que incluem os dois homens como vítimas da Belorizontina, mas que, após a demarcação da data, os dois casos foram colocados em dúvida: “não se diz no acordo nem que sim, nem que não, mas a partir do momento que não se coloca como vítima, eles negam algo que aconteceu conosco”, completa Aline.