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Contas de água nas alturas assusta moradores da Grande BH; contas chegam a R$ 3 mil

População suspeita que troca de hidrômetros da Copasa seja a responsável pela medição errada

Moradores reclamam que hidrômetros novos estão com problemas

Moradores da Grande Belo Horizonte denunciam que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está cobrando valores exorbitantes das contas de água dos imóveis da capital. Os valores chegam a ultrapassar R$ 1 mil. Indignados, os afetados pelo problema reclamam que mesmo após acionar o órgão, nenhuma providência é tomada.

Morador do bairro Pindorama, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o taxista Cleiton Oliveira, de 41 anos, é um dos atingidos. Ele afirma que as contas que não passavam de R$ 120 por mês. Agora, elas chegaram a mais de R$ 3 mil. “Eu pago em média de 90 a 120 reais por mês. De repente, a Copasa leu meu hidrômetro e a conta chegou a R$ 2.036. Em seguida, entrei no site e descobri que tinha uma outra conta no valor de 3.032, que venceu antes da data normal de vencimento”, conta.

Segundo o morador, o hidrômetro está com problemas. Está girando em uma velocidade acima da comum. Por isso, depois que ele percebeu o defeito, contatou a Copasa para que fosse realizada uma outra aferição, mas sem sucesso. “Em nenhum canal da Copasa eu fui atendido. Já tem duas semanas que estou nessa briga”, reclama.

Cleiton conta que entrou em contato por telefone e WhatsApp com a ouvidoria da companhia, e que chegou a ir pessoalmente na unidade da rua Tremendal, no bairro Carlos Prates, Região Noroeste de Belo Horizonte. O taxista relata que, ao chegar no local, viu outras pessoas na mesma situação. “Eu vi gente saindo de dentro da Copasa chorando porque essas contas estão chegando”, afirma.

A engenheira mecânica Sandra Dias, de 39 anos, moradora do bairro Liberdade, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH, também relata problemas no hidrômetro. Segundo ela, a Copasa trocou o aparelho por um novo. Desde a mudança, o valor da conta aumentou. “Antes eu pagava R$200 e agora a conta está vindo um absurdo. Cerca de R$700, R$ 800 por mês. A conta de alguns vizinhos chegou a R$1.500", relata.

Sandra também afirma que não conseguiu entrar em contato com a companhia. " Eu já mandei mensagem, fiz o protocolo que eles pedem, mas nada aconteceu. Se a gente não resolver isso logo, essas contas só vão se acumular. Eu já não tenho como pagar essa de R$800 que chegou este mês”, desabafa.

Procurada pela Itatiaia, a Copasa não se manifestou até o momento.

  • Sob supervisão de Lucas Borges

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.