A criança de 2 anos internada em estado gravíssimo, no Pronto-Socorro Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, morreu na madrugada desta terça-feira (10). A polícia foi chamada pelos médicos. Ontem, o pai, de 31 anos, e a madrasta, de 34, foram presos em flagrante por “omissão de socorro qualificada” . O corpo será periciado para apuração da causa da morte.
De acordo com o boletim de ocorrência, o pai da criança disse aos policiais que, por volta das 13h de sábado (7), saiu de casa, que fica no bairro Jaqueline, na região Norte, para cortar o cabelo e deixou o pequeno com a namorada. Na versão da madrasta, ela foi ao quarto e o enteado ficou na sala.
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Ela afirma que, nesse momento, escutou um barulho na cozinha e, em seguida, o choro da criança. Foi então que notou “uma vermelhidão nas costas e um e amassamento na cabeça”. Na versão dela, durante o almoço, uma panela caiu e derrubou frango com quiabo e deixando o piso escorregadio.
No cabelereiro, o pai contou que recebeu uma ligação da namorada dizendo que o menino havia caído e que ela o teria medicado com um remédio anti-inflamatório. Quando retornou, na versão do pai, o filho estava “normal”.
Por volta das 17h30, o pai saiu para trabalhar. Às 19h, a madrasta disse que fez o jantar para a criança e deixou o menino assistindo desenho no celular enquanto tomava banho. Quando saiu, viu a lesão na boca do garoto. Uma hora depois, a mulher percebeu que o enteado havia vomitado e se queixava de dores na região do pescoço.
O pai disse que, por volta das 00h30, o pai disse à polícia que recebeu uma mensagem de áudio no WhatsApp enviada pela namorada. Em seguida, na versão dela, a família foi dormir e o menino estava deitado junto com ela na cama.
Quando o pai chegou em casa, por volta das 3h, encontrou o filho “deitado com a cabeça no sofá e os pés para fora de maneira estranha”.
Ele foi ao quarto e perguntou a companheira onde a criança estava. Ela teria acordado assustada procurando pelo enteado na cama.
O pai contou à polícia, ele estava “com a mão esquerda torta e as pernas duras”. Ele afirmou que tentou abrir os olhos do pequeno, mas ele não acordava.
Foi então que o pai socorreu o menino para o Hospital Risoleta Neves. Durante o atendimento, ele sofreu duas paradas cardíacas e, por isso, foi encaminhado para o Hospital João XXIII Pronto-Socorro.
A guarda da criança é compartilhada e o pai fica com o menino de sexta à domingo, mas a criança estava com ele há duas semanas. Segundo o pai, ele seria devolvido à mãe ontem (8).
A mãe afirmou aos militares que o menino sempre retornava para a casa dela com lesões suspeitas. Ele ainda chorava quando ia para a casa do pai.
Ontem, o casal foi encaminhado ao sistema prisional. “A investigação prossegue na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) para completa elucidação dos fatos”, informou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Confira a nota da PCMG na íntegra
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o casal foi conduzido e ouvido na Delegacia Especializada de Plantão de Atendimento à Mulher, em Belo Horizonte, neste domingo (8/1). Após os procedimentos de polícia judiciária, a autoridade policial ratificou a prisão em flagrante da mulher, de 34 anos, e do homem, de 31 anos, por omissão de socorro qualificada, e eles foram encaminhados ao sistema prisional. A investigação prossegue na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) para completa elucidação dos fatos.
(com informações de Oswaldo Diniz)