Apreensiva com mais um período chuvoso, a população de Raposos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que mora ao lado do Rio das Velhas, espera há dez meses o reparo de uma ponte danificada com a enchente do início do ano. A estrutura liga as ruas Vila Bela a Herval Silva, perto do bairro Matadouro, local onde está instalada uma escola. Ao todo, cerca de 10 mil pessoas ficaram ilhadas, sendo que três mil perderam suas casas com a inundação.
No caminho de Nova Lima para Raposos é possível observar os estragos causados com a última inundação. Até hoje dá para visualizar os escombros de algumas residências ao lado do rio e como o centro da cidade é cortado pelo Rio das Velhas basta chegar o período chuvoso que alguns ribeirinhos já ligam o sinal de alerta.
A Itatiaia percorreu alguns bairros de Raposos mais próximos do Rio, além do centro da cidade, e conversou com a população. Em um dos locais visitados pela reportagem foi possível observar que as estruturas de aço e concreto de uma ponte pênsil estão contorcidas e danificadas desde a inundação do início do ano. Moradores, como a doméstica Sônia Regina de Lima, relatam as dificuldades.
“A enchente veio destruiu as casas todas, jogou os trens da gente tudo pro barro afora e derrubou a ponte. Está para fazer um ano que a gente está nessa situação. A gente nem conseguiu ter tudo de volta ainda. Inclusive eu e minha neta, a gente dorme é no colchão no chão, porque a gente não conseguiu comprar nem cama até hoje”, disse a trabalhadora. “Nós recebe (sic) uma ajuda da prefeitura de três parcelas de R$ 1.200”, completou.
Presidente de uma associação da cidade, Débora Magalhães lembra que a última enchente cobriu a sede da instituição, com mais de um metro de lama em alguns cômodos.
“Infelizmente, o receio é muito grande, tanto é que a gente já está prevendo desocupar o local para não haver uma perda tão grande quanto foi no último ano”.
O prefeito de Raposos, Sérgio Silveira Soares, popularmente chamado de Serginho da Bota, disse que as pessoas que tiveram as casas atingidas receberam R$ 3.600, divididos em três parcelas. Além disso, informou que moradores foram encaminhados para abrigos.
“Estamos envolvendo o governo Estadual e a (mineradora) Anglo Gold, que está olhando uma área para ver se a gente retira pelo menos aquelas famílias com uma renda menor da beira do rio. Temos uma reunião marcada para daqui a 15 dias, para conseguir essa área”, disse.