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Pelo menos 13 crianças denunciaram homem suspeito de abusos sexuais em colégio particular de Belo Horizonte

A direção do colégio informou que sempre esteve à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que, pelo menos, 13 crianças foram abusadas por um monitor, de 49 anos, em uma escola particular no bairro Nova Suíça, na região Oeste de Belo Horizonte. A corporação prendeu o ex-funcionário e apresentou detalhes em coletiva de imprensa nesta terça-feira (10).

As investigações apontam que ele trabalhou durante três meses na instituição de ensino. “A forma de atuação era através de brincadeiras. Por exemplo, ele dizia ‘a fada madrinha vai passar a vara no seu cabelo’. São situações que aconteciam até na quadra. Ele se aproveitava como disciplinador para controlar (as crianças) ", informou Vinícius Dias, responsável pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

Ele já foi nomeado árbitro de futebol e isso gerava confiança entre as vítimas. “Ele aproveitava para apalpar o bumbum das crianças e os seios das meninas”, relatou. O delegado ainda disse que a mesa do suspeito ficava em frente ao banheiro masculino e feminino. “Então, ele ficava vigiando as crianças”, disse.

Em uma das abordagens, ele importunou duas meninas na saída do sanitário. “Ele brincou, dizendo que elas estavam conversando muito e que, por isso, era para elas começarem a namorar. Isso gerava uma aflição nessas crianças”, complementou o delegado.

Registros policiais

Em junho, denúncias de abuso contra o homem começaram a surgir em um grupo de pais do colégio. Entre o dia 27 e 30, pelo menos seis responsáveis por alunos procuraram a polícia para registrar boletins de ocorrência. A Itatiaia teve acesso aos registros.

Três famílias relataram episódios semelhantes: o trabalhador se aproximava das vítimas fazendo cócegas, encostava em partes íntimas e dizia: “o cachorrão vai te pegar”.

Uma aluna contou à família que o suspeito passava a mão em seus cabelos e em sua nuca. Outra criança contou que o funcionário resvalou o órgão genital nela e disse que era para “crescer melhor”.

Em 27 de junho, o colégio informou que a unidade de ensino iniciou processo de apuração sobre a denúncia. Na ocasião, imagens das câmeras da escola foram entregues para a polícia.

Hoje, a escola voltou a dizer que a gestão manteve, desde o primeiro momento, diálogo transparente com as famílias por meio de atendimento em grupo ou individual. “Uma equipe de psicólogos especializados elaborou ações direcionadas aos colaboradores, professores e alunos”, informou.

Veja a nota na íntegra

“A direção da unidade Nova Suíça da Rede Coleguium informa que sempre esteve à disposição das autoridades policiais para colaborar com as investigações e reafirma que, ao receber a primeira denúncia, em 22 de junho, em poucas horas afastou o então colaborador, que atuava na unidade havia menos de três meses.

A gestão manteve, desde o primeiro momento, diálogo transparente com as famílias por meio de atendimento em grupo ou individual. Uma equipe de psicólogos especializados elaborou ações direcionadas aos colaboradores, professores e alunos. O atendimento psicológico da unidade e as atividades acadêmicas sobre o tema também foram reforçados.

A Rede Coleguium é uma instituição tradicional, que atua há 35 anos com seriedade e comprometida em oferecer educação de excelência, segurança e conforto aos alunos e seus familiares. A rede declara que a situação é extremamente sensível e está, juntamente com as famílias, trabalhando intensamente para superar esse desafio.”

(com informações de Oswaldo Diniz e Enzo Menezes)

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.
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