A crise da falta de medicamentos chegou às farmácias de Belo Horizonte. Em alguns estabelecimentos no Centro da capital a Itatiaia comprovou que faltam antibióticos e remédios de pressão alta. Essa realidade é confirmada em levantamento recente do Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. Segundo a presidente do Conselho, Júnia Célia de Medeiros, há uma necessidade urgente de se montar um parque industrial farmoquímico no país, para que o Brasil se torne independente e pare de depender do mercado externo.
“A falta de medicamentos no Brasil é porque nós temos uma dependência externa de mais de 80% dos insumos farmacêuticos para produção dos medicamentos. Então a gente precisa investir em um parque farmoquímico para o Brasil. Nós precisamos investir em uma política de fortalecimento da indústria nacional para produção desses insumos. Hoje, nós temos no Brasil uma indústria forte. Várias indústrias, inclusive, multinacionais instaladas aqui. Mas, se nós não temos o insumo, como produzir os medicamentos?”
O administrador e economista Celso Barbosa, de 69 anos, está entre os consumidores que reclamam da ausência de medicamentos genéricos nas farmácias de Belo Horizonte.
“Muitas vezes encontra em determinada drogaria e não encontra em outra. Não encontramos os remédios populares.”
O balconista de uma das farmácias do Centro de BH, Daniel Gusmão, confirma a falta dos genéricos nas prateleiras. “Todo dia chega alguém aqui pedindo, por exemplo, um antibiótico, um clavulanato ou uma amoxicilina e não tem.”