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Mineiro deportado dos EUA está desaparecido após surto na Grande BH

Iago Queiroz Costa, de 32 anos, chegou no Aeroporto Internacional de Confins na noite da última quarta-feira (22)

Família de Iago, de Montes Claros, busca por informações

Um mineiro que foi deportado dos Estados Unidos está desaparecido na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a família, Iago Queiroz Costa, de 32 anos, chegou no Aeroporto Internacional de Confins na noite da última quarta-feira (22). A família de Iago, de Montes Claros, busca por informações desde então.

Segundo a mãe, ele estava preso desde agosto e passou por cinco centros de detenção. Valéria Queiroz contou à Itatiaia que ele tem transtornos psiquiátricos há cerca de dois anos, e já se internou três vezes. Ele morava nos EUA há sete anos.

A família conseguiu confirmar que Iago foi levado junto com o grupo de deportados ao Hotel Ibis Style de Confins, com o apoio do programa de acolhimento do Governo Federal. “O hotel confirmou só depois que ele já tinha saído de lá. Falaram que ele foi levado por uma pessoa do programa à UPA de Vespasiano, em surto psicótico”, contou Valéria.

A família pediu para um primo de Iago que mora em Vespasiano para ir até a UPA neste sábado (25). Uma assistente social da unidade disse que ele chegou na quinta-feira (23), em surto, mas fugiu na madrugada deste sábado. “Só deixaram ele lá e voltaram para Brasília, mesmo a assistente social informando que ele não poderia ficar desacompanhado”, disse a mãe de Iago.

Valéria pede ajuda para encontrar o filho que pode estar na região de Vespasiano. Segundo informações passadas pela UPA, Iago está com cabelos compridos, na altura dos ombros, barba cheia e longa.

Imagem gerada por IA

Ministério se pronuncia

Procurado pela reportagem, o Ministério de Direitos Humanos se pronunciou sobre o caso. A família nega qualquer tentativa de contato do ministério ou da Polícia Civil.

Veja a nota:

“Durante a recepção do voo de repatriados ocorrido em 22 de outubro de 2025, Iago Queiroz Costa foi encaminhado para registro junto à equipe de proteção.

No atendimento, a Força de Proteção do Sistema Único de Assistência Social (FORSUAS) foi acionada, juntamente com um psicólogo da equipe de Proteção da Organização Internacional para as Migrações (OIM/ONU Migração), para avaliação conjunta.

Na ocasião, foi identificado que Iago apresentava sinais de surto psicótico e delírios, embora sem risco imediato para si mesmo ou para terceiros.

Na manhã seguinte, a equipe de proteção realizou escuta ativa para acompanhar a evolução do caso. Diante do quadro observado, foi identificada a necessidade de intervenção médica. A Superintendência do Ministério da Saúde em Minas Gerais orientou a chamada do SAMU e a consequente internação. Um assistente social do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) acompanhou o processo.

Iago foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vespasiano, onde foi internado para estabilização.

A equipe de proteção da OIM, em conjunto com o MDHC, compareceu ao hospital para repasse das informações do caso e articulação com a equipe médica local.

A Polícia Civil de Minas Gerais foi acionada pelo Hospital de Vespasiano para busca ativa de familiares na região de Montes Claros, a fim de verificar possíveis vínculos familiares ou comunitários que possam auxiliar na referência pós-alta.

Na manhã de 25 de outubro, após tentativa de contato do MDHC com a UPA de Vespasiano, às 12h20, a assistente social de plantão informou que Iago havia sido procurado para atendimento, porém fugiu da unidade durante a madrugada.

Diante da ocorrência, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) *acionou imediatamente a rede de resposta institucional, encaminhando informações do caso e solicitando providências aos órgãos com responsabilidade direta em situações dessa natureza.

O MDHC oficiou a Polícia Civil de Minas Gerais para priorização das buscas e comunicou o Ministério Público, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, reforçando a articulação interinstitucional e o acompanhamento contínuo do caso.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania se manterá em contato permanente com as instituições envolvidas e acompanhando o caso até sua completa resolução”.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde