O processo de recuperação judicial do grupo 123 Milhas entrou em uma nova fase criada para facilitar a conferência dos valores devidos aos credores. A etapa é obrigatória para quem deseja revisar os créditos e precisa ser concluída antes do início das impugnações formais, que serão analisadas pela 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.
A crise na empresa começou em agosto de 2023, quando cerca de 800 mil passagens da linha “Promo” foram canceladas em todo o país, deixando consumidores sem os serviços contratados.
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Quem deve fazer a revisão dos valores
Segundo o advogado Luís Felipe França, que representa vítimas da 123 Milhas, todos os consumidores que tiveram prejuízos devem se cadastrar na plataforma da recuperação judicial — mesmo aqueles que já haviam enviado informações anteriormente.
“Todos que compraram pela 123 Milhas e não receberam o serviço podem e devem se cadastrar. Mesmo quem já enviou seus dados ou não encontrou o nome na lista de credores precisa participar dessa etapa”, explicou.Ele ressalta que, caso haja diferença entre o valor apresentado no plano de recuperação judicial e o valor que o consumidor realmente tem direito, a revisão deve ser feita exclusivamente pelo site.
“Essa centralização evita tumulto processual, considerando o volume de consumidores envolvidos”, afirmou.
Pagamentos ocorrerão durante o processo
O advogado destacou ainda que, diferentemente do padrão em recuperações judiciais, os pagamentos aos consumidores ocorrerão ao longo de todo o processo. “Geralmente não é assim, mas neste caso o pagamento acontecerá de forma contínua, à medida que as análises forem concluídas.”
Quem já recebeu pode solicitar revisão
Mesmo pessoas que já receberam algum valor podem pedir reavaliação por meio do site oficial:
“Esse é o canal correto. Não precisa de advogado. Basta acessar, informar os dados pessoais e seguir o procedimento. A etapa foi criada exatamente para facilitar e baratear a defesa dos direitos dos consumidores.”O site para envio das informações é: rj123milhas.com.br.
O que diz a 123 Milhas
Procurada, a empresa afirmou que considera a decisão da juíza Cláudia Helena Batista — que autorizou a nova etapa operacional — um avanço para dar mais clareza à verificação dos créditos e acelerar o andamento da recuperação judicial.
A companhia disse ainda que segue colaborando integralmente com a Justiça e com a administração judicial para honrar os débitos.
Posição do Tribunal de Justiça
A Itatiaia também entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que orientou a procurar o Fórum Lafayette, responsável pelo caso. O fórum, no entanto, não teve expediente nessa sexta-feira (21) e não se posicionou.